COMBUSTÍVEIS

Bolsonaro diz que Petrobras "traiu o povo brasileiro" e pede instalação de CPI

Presidente Bolsonaro anunciou a pretensão de enviar ao Congresso o pedido de abertura de uma CPI para investigar o presidente da Petrobras, bem como os diretores executivos e conselheiros da estatal

Cristiane Noberto
postado em 17/06/2022 18:03 / atualizado em 17/06/2022 18:04
 (crédito:  ISAC NOBREGA)
(crédito: ISAC NOBREGA)

Tema caro para sua reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o novo reajuste na gasolina e no diesel anunciado nesta sexta-feira (17/6) pela Petrobras é uma “traição com o povo brasileiro”. O chefe do Executivo ainda pretende pedir ao Congresso a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o presidente da petroleira, bem como os diretores executivos e conselheiros.

“É uma traição para com o povo brasileiro. O presidente da Petrobras, o diretor e seu conselho traíram o povo brasileiro. O lucro da Petrobras é uma coisa que ninguém consegue entender, algo estúpido. Ela lucra seis vezes mais que a média das petrolíferas de todo mundo”, afirmou o presidente hoje, em entrevista à rádio 96 FM de Natal (RN).

Bolsonaro defendeu que outras empresas internacionais do ramo de petróleo reduziram seus lucros para evitar maiores desgastes à população. “A Petrobras, só no primeiro trimestre deste ano, lucrou R$ 44 bilhões. Você tem como reduzir essa margem de lucro porque está previsto na Lei de Estatais que ela tem que ter um fim social. Ela (Petrobras) não se preocupa com o social, se preocupa apenas com o lucro”, reclamou.

O presidente ainda afirmou haver a pretensão de enviar ao Congresso Nacional o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o presidente da petroleira, bem como os diretores executivos e conselheiros. Os reajustes da Petrobras são aprovados pelo Conselho e direção da empresa. O conselho é composto por 11 membros dos quais seis são indicações do governo federal.

“Eu conversei agora há poucos minutos com Arthur Lira (presidente da Câmara dos Deputados), ele está, nesse momento, se reunindo com líderes partidários, e a ideia nossa é propor uma CPI para investigarmos o presidente da Petrobras, os seus diretores e também o conselho administrativo e fiscal. Nós queremos saber se tem algo errado nessa conduta deles porque é inconcebível se conceder um reajuste com o combustível lá em cima e com os lucros exorbitantes que a Petrobras está dando”, afirmou.

Novos preços

A petroleira anunciou na manhã de hoje que irá fazer reajuste no preço da gasolina e do diesel nas refinarias. A estatal afirmou que não aumenta os preços há 99 dias e que, a partir deste sábado (18), "o preço médio de venda de gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro". De acordo com a Petrobras, o último ajuste ocorreu em 11 de março.

No caso do diesel, após 39 dias, "o preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro. O último ajuste ocorreu em 10 de maio". Os valores também já estarão nas refinarias amanhã.

Reunião no feriado

O Conselho da Petrobras deu sinal verde para reajuste no preço do diesel ainda ontem, quando a diretoria da estatal autorizou, em reunião de quase três horas, no feriado, um novo aumento no preço do diesel. Segundo dados da Associação Brasileira de Importadores de Combustível (Abicom), a defasagem no preço do diesel é de 18%, que equivale a R$ 1,08.

A gasolina também registra uma defasagem de 14% no valor, na ordem de R$ 0,67. A reunião que autorizou o aumento estava programada para acontecer no dia 29 de junho, mas foi antecipada às pressas para essa quinta-feira (16).

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação