América Latina

Bolsonaro na CNI sobre eleições: "Brasil está ameaçado de mudar de cor"

O presidente criticou as vitórias de candidatos de esquerda em países da América do Sul nos últimos anos e disse que o Brasil "é a cereja do bolo"

Ingrid Soares
postado em 29/06/2022 19:49 / atualizado em 29/06/2022 19:49
 (crédito: CNI/Divulgação)
(crédito: CNI/Divulgação)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta quarta-feira (29/6), que espera que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, invista mais no Brasil como uma forma de conter o crescimento dos aportes da China no país.


"Por exemplo: São Paulo, grande parte foi privatizado para empresas chinesas. O que eu falei com ele e que é um recado para o mundo é que nós gostaríamos de investimentos dos EUA em nosso país", disse durante discurso no Diálogo da Indústria com os Pré-Candidatos à Presidência da República para as eleições 2022, organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Cerca de 1500 empresários participaram do evento.


Depois, o presidente criticou as escolhas políticas dos eleitores sulamericanos, citando países onde candidatos de esquerda ganharam as últimas eleições. “A América do Sul está se transformando em um continente vermelho e o Brasil é a cereja do bolo. Os Estados Unidos não podem ficar isolados neste contexto. Estamos vendo o que aconteceu com a Venezuela. O que está acontecendo com a nossa querida Argentina, em especial na questão econômica. No Chile, que era redondinho, arrumadinho, também, tendo em vista as escolhas. A nossa Colômbia agora também. E o Brasil, com uma ameaça de mudar de cor. E nós sabemos que essa mudança de cor não deu certo em lugar nenhum do mundo", disse.


Bolsonaro ainda reforçou aos empresários que as riquezas brasileiras podem não ser valorizadas a depender de quem vencer as eleições de outubro. “Ninguém tem o país que nós temos. Biodiversidade, terras agricultáveis, um clima maravilhoso, água potável, regiões turísticas, riquezas minerais. Agora, isso pode não ter valor nenhum de acordo com quem estiver no comando desse país”, disse. 


Ele ainda citou a Venezuela e a Argentina como exemplos de países que o Brasil não deve seguir politicamente. “Qual país tem a maior reserva de petróleo do mundo? É a Venezuela. Acredito que ninguém queira ir para lá nem para trabalhar, muito menos para as férias. Como chegaram nessa situação? Como alguns outros países aqui da América do Sul estão caminhando”.


Por fim, citando indiretamente o ex-presidente Lula (PT), disse aos empresários que o futuro do país depende de cada um e que é necessário fazer uma boa escolha.


“O que depende de nós? Escolher. Não se ausentar por ocasião de votações. E vote naquele que você achar melhor. Nós vemos que um lado aqui defende questões de voltar a ter relações com Cuba, o BNDES voltar a emprestar para outros países, ditaduras. Vê que o outro lado acha que tem que ter uma interferência direta na Petrobras no tocante a preços dos combustíveis. Diz também que você tem que valorizar o MST. Eu valorizei titulando terras pelo Brasil, tanto é que não se ouve mais falar em invasão de terras. No governo FHC tinha praticamente uma invasão por dia no Brasil, no meu são média quatro por ano, quase todas resolvidas”, alegou.

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