Eleições 2022

Sem provas, Bolsonaro volta a atacar o TSE: "Quem querem botar no Poder?"

O presidente também fez ataques indiretos ao Supremo: "Querem botar uma pessoa que já não deu certo há pouco tempo. Voltar ao que era antigamente?", questionou.

Ingrid Soares
postado em 05/07/2022 22:34
 (crédito: Isac Nóbrega/PR)
(crédito: Isac Nóbrega/PR)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar, nesta terça-feira (5/7), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e as urnas eletrônicas. Em discurso no evento de posse da presidente da Caixa, Daniella Marques, o chefe do Executivo voltou a reclamar que o Tribunal não aceitou as sugestões das Forças Armadas em relação às eleições de outubro e disse “suspeitar” das urnas. A cerimônia foi fechada, mas Bolsonaro transmitiu por meio das redes sociais o trecho da participação dele.


"O [ministro Edson] Fachin disse que as auditorias não servem para mudar o resultado eleitoral. Ora, servem para quê? O que está em jogo? Dá para acreditar no sistema? Que democracia é essa? Quem querem botar no poder? Suspeitar, eu suspeito. Falaram que quem suspeitar terá o registro cassado. Eu suspeito! E a possibilidade de problemas não vai ser só para presidente não. Vai ser para senador, governador, alguns parlamentares”, alegou, sem apresentar provas.


Bolsonaro emendou que “para alguns de nós, poucos, falta patriotismo” e, “para outros, sobra abuso de autoridade”.


Em indireta a decisões da Justiça em revés a aliados do governo, o presidente reclamou: “O tempo todo nós somos fustigados. Sabem por quem. O que querem com isso? Desestabilizar o país? Querem botar uma pessoa que já não deu certo há pouco tempo. Voltar ao que era antigamente?”, questionou, em referência a Lula.


“Para onde iremos? O que devemos preservar? Não adianta ter R$ 1 bilhão em casa se não tiver liberdade. Hoje você está vendo o seu filho com a possibilidade de ser assassinado por um celular e tem um picareta que diz que “só queria roubar o celular para tomar uma cervejinha”, em indireta ao petista.


Bolsonaro ainda repetiu que durante a pandemia foi “tolhido” pelo Supremo, que deu poderes aos governadores e prefeitos. Porém, conforme já desmentido pelo STF, a decisão da Corte não impediu ações do governo federal em relação à doença no país.


E voltou a questionar que ministros também não possam ser alvos de críticas. “Não criticar é respeitar o outro poder? O Lira está levando pancada o tempo todo assim como eu levo. O outro lado não pode levar pancada? Nós não podemos reagir? Discutir? Tentar mudar?”, disse. 


Em seguida, reclamou da cassação de quatro deputados do Pará . “Ontem vi uma cena esquisita: quatro deputados estaduais do Pará foram cassados. Por que? Por que causa? Por coincidência não são de esquerda”, emendou.


O presidente ainda fustigou a revisão do Novo Marco temporal envolvendo terras indígenas, reclamou de perseguição familiar e, conforme disse em outra ocasião, afirmou que “poderia estar na praia”. “De vez em quando eu desabafo lá em casa. Eu podia estar na praia. Porque eu falei durante a campanha que eu tenho duas opções: presidência ou praia. Me dei mal, vim para a presidência”. “Mas entendo que tinha que passar por isso. Temos que lutar pelo bem maior nosso que é a tal da liberdade”, bradou.

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