O candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) afirmou rebateu nesta quinta-feira (1/9) a repercussão negativa de sua fala polêmica sobre favelas. Ele classificou as críticas como "hipocrisia da mais rasa e pura", motivada especialmente pelo seu adversário Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem chamou de corrupto.
"Você está falando numa certa linguagem que só pessoas que tiveram a oportunidade de se iniciar naquele assunto compreendem. E eu estou tentando que haja muita gente que faça o que eu estou fazendo: subir o morro, onde eu estava anteontem, explicando pedagógica e humildemente para as pessoas do que se trata", explicou Ciro sobre sua fala após ser questionado por jornalistas em coletiva. "O resto é hipocrisia da mais rasa e pura. Especialmente motivada por um candidato que é um corrupto e que faz apologia da ignorância como ferramenta da sua eternidade no poder, que é o Lula", completou.
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A fala criticada ocorreu ontem (31/8) durante encontro com empresários na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Após concluir uma apresentação, o empresário Luiz Césio Caetano comparou a palestra com uma aula. Em tom de brincadeira, o Ciro respondeu: "Na verdade é um comício, né? Um comício para gente preparada. Você imagina eu explicar isso na favela. Isso é um serviço pesado".
Nesta quinta (1/9) o candidato participou de um encontro com o Movimento Agenda 227 sobre políticas voltada para crianças e adolescentes. Após a conversa, ele participou de entrevista coletiva.
Ciro defendeu ainda que seu programa de governo "irrita muita gente do sistema financeiro", e que a "banqueirada é dona da grande mídia e ela tenta desviar o debate para essas coisas", em vez de debater suas propostas.
Brasil entre os dez melhores ensinos públicos em 15 anos
Durante o evento, o candidato defendeu suas propostas na área da educação, que envolvem colocar o Brasil entre os dez melhores ensinos públicos do mundo nos próximos 15 anos. Para isso, Ciro afirma que é preciso mudar o modelo de educação.
"A educação será a prioridade absoluta do meu governo e todo e qualquer obstáculo institucional que impeça o Brasil de se transformar sua educação pública numa das dez melhores em 15 anos será removido com uma profunda reforma das estruturas institucionais do Brasil que eu vou promover e que estão anunciadas todas", disse o presidenciável, referindo-se ao teto de gastos instaurado durante o governo de Michel Temer (MDB). Em seu programa, Ciro se comprometeu a revogar o dispositivo.
O candidato também disse que pretende mudar o padrão pedagógico do país. "A escola moderna ensina muito mais o garoto e a garota a perguntar do que a responder sob estresse isolado, num decoreba que não prepara para a vida e nem para as profissões disruptivas do mundo digital", afirmou. "A ideia é o seguinte, você vai ter que mudar o padrão de ensino por uma escola instigadora que estimule o trabalho em equipe. Isso exige toda uma mudança do padrão de educar que hoje o Brasil tradicionalmente herdou do século XIX", completou Ciro.
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