Eleição

Em vídeo de campanha, Dallagnol diz que Supremo é "casa da mãe Joana"

Condenado pelo TCU por suposto uso irregular de diárias durante a operação Lava-Jato, ex-coordenador da força-tarefa afirma que a mais alta Corte de Justiça do país é leniente com corruptos. No STF, ministro torna o ex-senador Magno Malta réu em processo por calúnia

Correio Braziliense
postado em 16/09/2022 23:56 / atualizado em 16/09/2022 23:58
No vídeo, o ex-procurador e candidato a deputado federal diz que o Supremo tornou-se
No vídeo, o ex-procurador e candidato a deputado federal diz que o Supremo tornou-se "uma mãe para os corruptos do nosso país". - (crédito: Reprodução/Youtube)

Condenado pelo Tribunal de Contas da União por supostos pagamentos irregulares de diárias durante a Operação Lava-Jato, o ex-procurador e candidato a deputado federal Deltan Dellagnol (Podemos-PR) partiu para o enfrentamento com outra instituição da República: o Supremo Tribunal Federal.

Em vídeo de campanha, Dallagnol afirma que o STF se tornou uma "casa da mãe Joana". "Pessoal, essa casa até pouco tempo era conhecida como a Suprema Corte do país, e é uma casa essencial para a democracia. Mas infelizmente ela se tornou a casa da mãe Joana, uma mãe para os corruptos", afirma o ex-coordenador da força-tarefa.

Veja o vídeo:

Dallagnol, contudo, procura modular o ataque ao Supremo. Afirma haver "uma honrosa resistência de parte de seus integrantes" à tolerância com a corrupção. "Por aqui passou a anulação de sentenças, a soltura de corruptos, o fim da segunda instância e muito mais", protesta Dallagnol, com uma imagem de fundo da mais alta Corte de Justiça do país.

O ex-coordenador da Lava-Jato diz, ainda, sem citar nominalmente Luiz Inácio Lula da Silva que houve, no STF, "uma metamorfose de um político que passou de presidente condenado por corrupção para candidato a presidente". Por fim, Dallagnol afirma que somente um Congresso íntegro, com parlamentares comprometidos com o combate à corrupção, pode por fim a melhorar a escolha para ministros do Supremo.

Calúnia

Nesta sexta-feira (16/9), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou para tornar o ex-senador e pastor bolsonarista Magno Malta (PL-ES) réu por calúnia contra o também ministro do STF Luís Roberto Barroso.

O caso foi levado ao STF pelo próprio Barroso. O ministro entrou com uma queixa-crime depois que foi acusado de violência doméstica pelo pastor.

Para Moraes, que é relator do processo e abriu os votos, Magno Malta teve "vontade livre e consciente de imputar falsamente" um crime a Barroso. O ministro também argumentou que a liberdade de expressão não permite a "destruição da democracia, das instituições e da dignidade e honra alheias".

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação