Eleições 2022

Ciro: "'Sistemão' quer ver o satanás, mas não quer me ver na Presidência"

Em sabatina com os presidenciáveis pelo CB.Poder especial, o candidato pedetista Ciro Gomes comentou sobre seu projeto para a economia brasileira

Taísa Medeiros
postado em 22/09/2022 12:38 / atualizado em 23/09/2022 21:28
 (crédito: Samuel Calado/CB/D.A.Press)
(crédito: Samuel Calado/CB/D.A.Press)

No centro do debate político das eleições deste ano, a economia foi pauta da participação do candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) em sabatina no CB.Poder especial desta quinta-feira (22/9). Ciro comentou sobre seu projeto para a economia do país e defendeu a taxação de grandes fortunas e a renegociação das dívidas. O programa é uma parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília.

“O ajuste fiscal disponível para o povo brasileiro apoiar ou não, o único que tem é o meu. Dou a cara para bater, e fico feliz de pedir o voto ao povo brasileiro (...) R$ 71 bilhões acaba o deficit primário, do ponto de vista técnico, e R$ 230 bilhões eu vou pegar uma parte disso para diminuir os impostos da classe média e do povão, e vou aumentar os impostos sobre os super-ricos. Aqui está a chave para resolver a equação fiscal dos brasileiros”, defendeu.

A respeito da taxação das grandes fortunas, Ciro disse que o ‘sistemão’ “quer ver o satanás mas não quer me ver na Presidência da República”. “Porque eu sei cobrar”, justificou. E mesmo com risco de que os donos dos montantes tentem sair do país, Ciro ressalta que não valerá a pena: “a alíquota moderada de 0,5% eu regulo o IOF, que é de 0,38%. O camarada para ir embora ele tem que trocar real por dólar, quando ele faz isso, ele paga 0,38% no IOF, portanto fica muito mais viável ficar aqui do que ir embora. Aqui está a saída fiscal do Brasil”, apontou. “Depois eu vou fazer tributo sobre grandes fortunas moderado: 0,5% só nas pessoas físicas maiores do que R$ 20 milhões, só 58 mil brasileiros, tamanha a concentração de renda, serão elegíveis para esse tributo.”

Refinanciamento de dívidas

Ciro ressaltou que o refinanciamento de dívidas proposto em seu plano de governo não precisará de “nenhum centavo de dinheiro público”. “Isso vai ser tudo crédito do Banco do Brasil, e da Caixa Econômica”, explicou.

O candidato defendeu ainda que 60% do crescimento da economia é resultado do consumo das famílias. “Ninguém precisa ser economista para entender. Se as famílias consomem, o comércio vende mais, contrata mais gente”, detalhou. Já o consumo das famílias, segundo o candidato, “vem de emprego, renda e crédito. Emprego e renda vêm depois que a economia cresce. A renda brasileira está na pior série histórica, nosso salário mínimo é o pior das Américas, só ganha da Venezuela. Onde eu posso fazer uma política pública? Pensei eu. No crédito”, salientou.

O candidato pretende atuar diretamente com os endividados no Serasa e no SPC. “Encontrei 63 milhões de pessoas (endividadas), como legado do nacional consumismo do PT. Eles querem colocar a culpa no Bolsonaro, o Bolsonaro tem sua culpa porque ele botou mais 4 milhões de endividados no SPC, e hoje nós temos 66 milhões e 600 mil. Que dívida é essa? R$ 4 mil por cabeça. Quando eu comecei a experimentar a minha proposta, a gente consegue fazer um leilão e derruba 90%. Não é porque eles são bonzinhos, é porque é melhor recuperar 10% de alguma coisa do que 100% de nada. E isso está inflado com juros sobre juros, inflação monetária”, disse.

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