TRANSPARÊNCIA

TSE convida candidatos para visitar local de apuração das eleições

A sala, que é alvo das teorias difundidas por Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores, não é "secreta" como acusa o presidente. E estará aberta no dia da apuração dos votos para o acesso de entidades fiscalizadoras do processo eleitoral

Sarah Paes
postado em 26/09/2022 06:00 / atualizado em 26/09/2022 06:02
Sala de totalização estará à disposição dos candidatos e partidos. Ideia é mostrar que não há nada
Sala de totalização estará à disposição dos candidatos e partidos. Ideia é mostrar que não há nada "secreto" - (crédito: LR Moreira/Secom/TSE)

A sala onde ocorre a apuração das eleições, na Seção de Totalização (Setot) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — que abriga o computador central onde é feita a contabilidade dos votos —, estará aberta, nesta quarta-feira, para receber a visita de candidatos a presidente e vice-presidente da República e dos representantes das entidades fiscalizadoras do pleito. O convite foi feito pelo ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, e é mais uma iniciativa da corte de mostrar que o processo de votação e apuração é, além de seguro, transparente.

Esta mesma sala, que é alvo das teorias difundidas por Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores, não é "secreta" como acusa o presidente. E estará aberta no dia da apuração dos votos para o acesso de entidades fiscalizadoras do processo eleitoral.

Segundo o TSE, "a Seção de Totalização (Setot) é uma das áreas da Secretaria de Tecnologia da Informação (STI) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que atua no desenvolvimento dos sistemas de totalização e divulgação dos resultados. O setor é composto por uma equipe de 20 servidores que trabalham em conjunto com outros setores do TSE e dos Tribunais Regionais Eleitorais (TRE)".

Durante entrevista ao apresentador Sikêra Júnior, na última quinta-feira, apesar de recomendar a seus eleitores que votem e de questionar a confiabilidade da sala, Bolsonaro voltou a defender o voto impresso. Afirmou, ainda, que segundo informações passadas a ele, as Forças Armadas, a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) devem acompanhar o processo — jamais houve impedimento para que essas instituições acompanhassem os pleitos.

O local é um espaço de trabalho convencional. Os computadores são distribuídos em baias e com acesso livre para os representantes das entidades fiscalizadoras, como Ministério Público (MP), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), PF, partidos políticos, militares e observadores internacionais.

O processo eleitoral é aberto à fiscalização de mais de uma centena de entidades. De acordo com art. 6º da Resolução-TSE nº 23.673/2021, que normatiza o tema, estão aptas a fiscalizar o processo eleitoral 16 instituições.

Ainda de acordo com o TSE, a contagem dos votos não é realizada por humanos — o processo é completamente eletrônico. "A equipe não faz a totalização, que é realizada por um computador, que fica no Centro de Processamentos de Dados, sem qualquer interferência humana", salienta o tribunal.

No último sábado, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil se pronunciou nas redes sociais reforçando a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro. "Nossa confiança nas eleições brasileiras tem sido claramente reforçada por vários funcionários do alto escalão do governo dos EUA e permanece inalterada. O eventual reconhecimento dos EUA virá ao candidato que vencer a eleição presidencial como resultado da nossa determinação sobre a integridade do processo eleitoral liderado pelo @TSEjusbr, e não de uma negociação com qualquer candidato ou partido político", afirmou em tuíte.

Nestas eleições será utilizado um novo modelo de urna, junto com o modelo anterior. Em 25 anos de existência, o sistema eletrônico de votação nunca registrou fraude.

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