Eleições 2022

"A gente pensava que a direita tinha ficado civilizada", diz Lula

Lula criticou os casos recentes de violência política em evento com representantes do esporte nesta terça (27/9)

Victor Correia
postado em 27/09/2022 14:15 / atualizado em 27/09/2022 14:16
 (crédito: Reprodução/Youtube @Lula)
(crédito: Reprodução/Youtube @Lula)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira (27/9) que "tinha pensado que a direita tinha ficado civilizada", citando casos recentes de violência política. O candidato responsabilizou ainda o presidente Jair Bolsonaro (PL) pela escalada das agressões, e criticou a flexibilização da venda de armas. 

"Já mataram três ou quatro porque o bolsonarismo representa uma parte daquilo que a gente pensava que não existia. A gente tinha pensado que a direita tinha ficado civilizada", disse Lula. "Quem é de São Paulo fazia campanha todo o ano contra o [Paulo] Maluf, todo ano xingava, mas a gente não tinha experiência de violência. A violência era verbal", completou.

O ex-presidente citou um caso de agressão ocorrido em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, na semana passada. Apoiadores do PL agrediram um grupo do PT que panfletava no centro da cidade. Vídeos que circulam nas redes mostram que uma mulher grávida está entre os agredidos.

Lula também responsabilizou Bolsonaro pela escalada da violência, e criticou a flexibilização do porte e posse de armas. "Agora, nós temos um presidente que não distribui um livro do Ensino Médio, mas está distribuindo armas", afirmou o candidato. "A venda de armas liberadas não vai para pessoas boas, porque quem está comprando armas é o narcotráfico. É o crime organizado."

O petista reuniu-se hoje com representantes do setor do esporte em um hotel de São Paulo. Estavam presentes atletas, ex-atletas, jornalistas e dirigentes, como o ex-pugilista Servílio de Oliveira e o locutor esportivo Osmar Santos. Também compareceram ao evento o coordenador do programa de governo de Lula, Aloizio Mercadante (PT), a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o coordenador de comunicação da campanha, Edinho Silva (PT).

Racismo no futebol

Em seu discurso, hoje, Lula também citou os casos recentes de racismo no futebol, como o sofrido pelo jogador Vinícus Júnior, da seleção brasileira e do clube Real Madrid. "Eu, às vezes, fico triste porque nós estamos vivendo um tempo de racismo mais violento do que alguns tempos atrás. E, possivelmente, um tempo de racismo facilitado por isso aqui", disse, mostrando um celular.

O candidato afirmou também que muitos jogadores vêm de regiões pobres e que a primeira coisa que eles fazem quando têm sucesso é comprar uma casa para a mãe e "dar conforto para a família". Lula afirmou ainda faltar consciência política para lidar com os casos de racismo no esporte. "Os dirigentes do clube deveriam ter um pouco mais de abertura política para conversar com os atletas", declarou.

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