ELEIÇÃO 2022

Bolsonaro conclama apoiadores a votarem vestindo roupa amarela

Na transmissão o presidente manteve as críticas aos ministros do STF, acusou o Senador Omar Aziz de pedófilo e disse que o executivo interviria para respeitar a vontade do povo

Henrique Lessa
postado em 01/10/2022 22:50
 (crédito: Reprodução Rede Sociais)
(crédito: Reprodução Rede Sociais)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou, neste sábado (1/º10), a última transmissão ao vivo durante o período eleitoral. Na live, transmitida pelas redes sociais do mandatário, ele reafirmou confiar que ganhará no primeiro turno com pelo menos 60% dos votos e pediu que apoiadores usem roupas amarelas para votar. “Vamos lá votar, com a nossa bandeira, com a camisa da seleção canarinho. Vamos fazer um mar de pessoas de amarelo”, disse.

Na tramissão, também não faltaram ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), a países vizinhos com governos de esquerda, aos demais candidatos ao pleito presidencial as pesquisas eleitorais e a imprensa.

O presidente disse esperar eleições limpas e transparentes, caso contrário "não quero pensar em outra coisa que está na minha cabeça", disse. 

Bolsonaro também pediu votos para parlamentares que apoia em diversos estados. Falando do Rio de Janeir, garantiu que qualquer um dos três candidatos que apoia, Romário (PL), Clarissa Garotinho (União Brasil) e Daniel Silveira (PTB), assumirá se eleito. “No caso dos três candidatos ao Senado Federal pelo Rio de Janeiro. Quem ganhar vai tomar posse e ponto final”, disse, em uma possível referência ao candidato do PTB que está com a candidatura incerta após a condenação pelo STF no inquérito dos atos antidemocráticos que recebeu a graça presidencial evitando sua prisão. "O Executivo vai interferir, vai fazer a vontade popular prevalecer”, disse. 

Ao citar o estado do Amazonas, atacou o senador Omar Aziz (PSD-AM), candidato à reeleição no estado. "Omar Aziz quase foi indiciado por pedofilia, pelo amor de Deus, risque esse nome do mapa político do Amazonas". A acusação é improcedente e já resultou em condenação do filho do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que terá que indenizar o senador em função de um post em que o deputado fazia a acusação.

Mesmo lendo matérias da jornais, Bolsonaro criticou a imprensa inúmeras vezes, apontando imparcialidade. O presidente repercutiu um artigo do portal O Antagonista que aponta supostas gravações vazadas da Polícia Federal de uma investigação contra um chefe de facção criminosa, Marcos Camacho, o Marcola, que teria sido gravado declarando o voto no ex-presidente Lula. "Na degravação do Marcola, ele diz que 'não dá para comparar Lula e Bolsonaro. Lula é melhor que ele para nós. Para nós Bolsonaro é pior'. O Lula é ladrão mesmo, pilantra. Tem que tirar o Bolsonaro", disse. 


Apelando intensamente para sua pauta de costumes, Bolsonaro mentiu ao acusar Lula de defender a legalização da cocaína e do aborto — pautas que não constam no programa de governo do candidato petista. 

Também não faltaram ataques contra as pesquisas eleitorais. “A gente vê o Datafolha dando 51% para o ladrão, é brincadeira", disse. “Eu não acredito em pesquisa”, completou.

Ao mesmo tempo, ao defender os candidatos dele ao parlamento, Bolsonaro citou várias vezes pesquisas que apontam o desempenho negativo desses candidatos, pedindo “força” aos eleitores. “Vamos dar uma força amanhã, vamos virar esse jogo", disse, sobre o candidato dele ao Senado por São Paulo, Marcos Pontes (PL-SP). “O que interessa é o Senado Federal”, disse. 

Ao STF, o presidente manteve as habituais críticas contra as decisões no âmbito dos inquéritos dos atos antidemocráticos e das milícias digitais. Além do Ministro Alexandre de Moraes, o ministro Edson Fachin foi acusado de ter “dado uma mão para o Lula”, que virou alvo do presidente também quando ele criticou o voto do ministro pelo fim do marco temporal, o que acredita poder causar "o fim do agronegócio" no país e gerar insegurança alimentar.

Ao defender o armamento da população, Bolsonaro afirmou que a primeira-dama não gosta de armas, mas respeita a decisão dele. "A minha mulher não quer saber de arma de fogo, mas eu durmo com um fuzil ao lado da minha cama. Ela sabe que é para defender ela e nossa filha".

Nas críticas aos países vizinhos, acusou a Argentina, Chile, Venezuela e Colômbia de desastre econômico em função dos seus governos de esquerda. Afirmou que não existiriam mais cães ou gatos na Venezuela, pois todos teriam sido comidos pelo povo faminto daquele país.

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