Oxfam divulga nota pública em defesa da democracia a três dias do 2º turno

Entidade não-governamental dedicada ao combate às desigualdades emite nota pública defendendo a democracia e fazendo alerta de que o momento é de "urgência e preocupação"

Rosana Hessel

postado em 27/10/2022 15:27 / atualizado em 27/10/2022 15:29

(crédito: Justin TALLIS / AFP)

A três dias para o segundo turno das eleições de 2022, a Oxfam Brasil, entidade internacional dedicada ao combate à desigualdade, divulgou, nesta quinta-feira (27/10), uma nota pública em defesa da democracia. De acordo com o documento, o momento é de "urgência e preocupação", em referência aos atritos entre o Executivo e o Judiciário na reta final do pleito deste domingo (30).

A cartada mais recente do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a fiscalização de inserções de propaganda eleitoral nas rádios foi rechaçada pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, que classificou a medida como uma tentativa de tumultuar as eleições.

"Preocupação porque vivemos um período de constantes ameaças à democracia, aumento significativo da violência política como não vimos anteriormente, e até mesmo ataques ao processo eleitoral. Urgência porque nosso país enfrenta uma de suas maiores crises política, social, econômica, ambiental e, principalmente, ética e de valores humanos", destacou o comunicado.

"O país está sendo convocado a decidir o que quer para seu futuro. Não se omita, vote pelo Brasil. Vote pela democracia, pela justiça social. Vote por um Brasil mais justo e menos desigual", concluiu a nota.

Veja a íntegra da nota pública da Oxfam Brasil:

"Eleições 2022: o segundo turno do resto de nossas vidas

No próximo domingo, dia 30, mais de 150 milhões de brasileiros e brasileiras irão às urnas para definir o futuro do Brasil nos próximos 4 anos. O momento é de urgência e preocupação. Preocupação porque vivemos um período de constantes ameaças à democracia, aumento significativo da violência política como não vimos anteriormente, e até mesmo ataques ao processo eleitoral. Urgência porque nosso país enfrenta uma de suas maiores crises política, social, econômica, ambiental e, principalmente, ética e de valores humanos.

Neste mês, nossa Constituição completou 34 anos, e nessas mais de três décadas, foi a régua e compasso dos anseios do país na construção de um Estado de garantia de direitos para todas e todos brasileiros. Domingo, devemos reafirmar nossa defesa da democracia, dos direitos da população negra, das mulheres, dos povos indígenas e comunidades tradicionais e da população LTBGTQIA+.

Há dois projetos de sociedade em disputa!

O projeto que está buscando o consenso e a conciliação, numa frente ampla pela defesa da democracia e a retomada de políticas públicas e programas de inclusão para garantir oportunidades e direitos a milhões de pessoas. O Brasil já mostrou que é possível reduzir as desigualdades, a pobreza e a fome bem como ter responsabilidade ambiental e climática. É preciso repriorizar essa agenda.

E um outro projeto, que deseja aprofundar a perda de conquistas sociais, políticas, ambientais e econômicas da população, que promove o discurso do ódio, incentiva o armamento civil, e aposta na desestabilização da sociedade para fazer valer seu projeto político. Um projeto que deixa um saldo de cerca de 700 mil mortes pela pandemia de covid-19, que fez o Brasil voltar ao Mapa da Fome com mais de 33 milhões de pessoas sem ter o que comer, que aumentou a destruição da floresta amazônica e outros biomas, que é negligente na proteção dos povos indígenas e comunidades tradicionais.

O próximo domingo será dia de brasileiras e brasileiros exercerem seu direito e responsabilidade de votar. É momento de cidadania; o único em que todas as pessoas, ao estarem diante das urnas, têm o mesmo peso. O país está sendo convocado a decidir o que quer para seu futuro. Não se omita, vote pelo Brasil. Vote pela democracia, pela justiça social. Vote por um Brasil mais justo e menos desigual."