NOVO GOVERNO

Por 'pressão de adversários', Mantega renuncia ao cargo em equipe de transição

Em carta ao vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, ex-ministro diz ter sido motivado por adversários "interessados em tumultuar a transição e criar dificuldades para o novo governo"

Henrique Lessa
postado em 17/11/2022 18:15 / atualizado em 17/11/2022 18:17
 (crédito: Breno Fortes/CB/D.A Press)
(crédito: Breno Fortes/CB/D.A Press)

O ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta quinta-feira (17/11) que renunciou à indicação para compor o grupo técnico de Economia do gabinete de transição. A renúncia foi realizada por uma carta encaminhada ao coordenador-geral do gabinete, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB). No documento o ex-ministro apontou que pressões de adversários poderiam tumultuar o processo de transição para o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Mantega, que foi condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) pelas pedaladas fiscais, está impedido de exercer qualquer função pública até o ano 2030, decisão que ele está recorrendo na justiça.

O ex-ministro atuaria na equipe de transição de Lula como voluntário, sem exercer nenhuma função pública em função da condenação, mas optou pelo afastamento por entender que sua presença geraria mais desgastes. "Aceitei trabalhar na equipe como colaborador não remunerado, sem cargo público, para não contrariar a decisão que me impedia de exercer funções públicas por oito anos", diz Mantega. "Mesmo assim essa minha condição estava sendo explorada pelos adversários, interessados em tumultuar a transição e criar dificuldades para o novo governo", emenda.

Confira íntegra da carta de Mantega a Alckmin:

"São Paulo, 17 de novembro de 2022.

Prezado Vice-presidente
Geraldo Alckmin
Coordenador Geral da Equipe de Transição

Aceitei com alegria o convite para participar do Grupo de Transição, na certeza de poder dar uma contribuição para a implantação do governo democrático do presidente Lula.

Entretanto, em face de um procedimento administrativo do TCU, que me responsabilizou indevidamente, enquanto ministro da Fazenda, por praticar a suposta postergação de despesas no ano de 2014, as chamadas pedaladas fiscais, aceitei trabalhar na Equipe como colaborador não remunerado, sem cargo público, para não contrariar a decisão que me impedia de exercer funções públicas por 8 anos.

Mesmo assim essa minha condição estava sendo explorada pelos adversários, interessados em tumultuar a transição e criar dificuldades para o novo governo.

Diante disso, resolvi solicitar meu afastamento da Equipe de Transição, no aguardo de decisão judicial que irá suspender os atos do TCU que me afastaram da vida pública. Estou confiante de que a justiça vai reparar esse equívoco, que manchou minha reputação.

Agradecendo a confiança,

Atenciosamente,

Guido Mantega"

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