NOVO GOVERNO

Com Tebet em ministério, MDB negocia integrar o governo Lula

Partido foi a principal força política a se incorporar na coligação que sustentou a eleição de Lula e pleiteia espaço à altura na nova gestão. Nome de Simone Tebet é dado como certo para compor o futuro ministério

Vinicius Doria
postado em 29/11/2022 03:00 / atualizado em 29/11/2022 07:24
 (crédito: Nelson Almeida/AFP)
(crédito: Nelson Almeida/AFP)

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu, ontem, na sede do governo de transição no CCBB, os principais líderes do MDB para iniciar formalmente o debate sobre a participação da legenda na nova gestão do país. O partido é a principal força política que se incorporou à coligação responsável por sustentar a eleição do petista no segundo turno e pleiteia um espaço à altura dessa participação. O nome da senadora Simone Tebet (MDB-MS) é dado como certo para compor o ministério, mas há outras forças políticas que devem ser apresentadas ao futuro chefe do Executivo para essa composição.

Participaram da reunião com Lula o presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (SP); o líder na Câmara, Isnaldo Bulhões (AL); o vice-líder no Senado e relator do Orçamento/2023, Marcelo Castro (PI), representando o líder Eduardo Braga (AM); e o governador reeleito do Pará, Helder Barbalho. Pelo PT, estavam presentes a presidente do partido, Gleisi Hoffmann (PR); o coordenador dos grupos de transição, Aloizio Mercadante (SP); e o ex-ministro Fernando Haddad, um dos nomes mais cotados para assumir o Ministério da Fazenda.

Na conversa, que durou mais de duas horas, os caciques do MDB deixaram claro a disposição da legenda de participar de forma efetiva do time que assumirá o poder em 1º de janeiro, mas não se falou em nomes. O único consenso é Simone Tebet, que terá papel protagonista na montagem ministerial. O MDB, porém, espera ampliar essa presença no primeiro escalão do Executivo com nomes que representem as forças que apoiaram Lula desde o primeiro turno, como a ala nordestina, capitaneada pelo senador Renan Calheiros (AL), e o grupo da Região Norte, representado pelo governador Helder Barbalho e pelo senador Eduardo Braga.

"Há, por parte do presidente (Lula) e da equipe de transição, uma vontade para que o MDB possa discutir as questões que são relevantes e que serão fundamentais ainda neste ano, como a PEC da Transição, e uma agenda a partir do ano que vem", disse Baleia Rossi, ao sair do CCBB. Para ele, Simone Tebet teve uma participação "exitosa" no primeiro turno, "honrou o MDB, mas nós não conversamos sobre participação de governo, quem define isso é o presidente, e não o partido".

Ao Correio, Baleia disse que "o presidente sabe que terá um grande desafio, que é cumprir o que foi compromissado na campanha, e quer fazer isso de maneira que todos (os partidos da frente ampla) possam participar, até porque ele precisa de apoio parlamentar tanto na Câmara quanto no Senado".

"Eu entendo que o MDB, hoje, tem esse espírito colaborativo. Então, não vejo dificuldade de se buscar uma agenda para o país", concluiu Rossi.

O senador Marcelo Castro foi mais objetivo. Declarou que essa negociação em torno da montagem do novo governo será capitaneada por Baleia Rossi e pelos líderes na Câmara e no Senado. "Passamos em revista a ação de governo e a vontade do MDB de estar inserido nele. Nós já participamos da campanha no primeiro turno, alguns no segundo turno, e a Simone (Tebet) teve um papel destacado", argumentou. "O MDB é um partido que está bastante afinado com o futuro governo. Evidentemente vamos discutir essa participação no governo do presidente Lula", acrescentou ao deixar a reunião. E confidenciou ao Correio: "Estou muito otimista com relação a essa participação".

Simone Tebet tem se mostrado bastante discreta nessa negociação, dedicando boa parte de seu tempo ao grupo da transição que elabora o diagnóstico do Desenvolvimento Social, mas interlocutores já passaram alguns recados sobre pastas que ela não gostaria de assumir, como a da Saúde. Segundo fontes ouvidas pela reportagem, a senadora mantém a posição de integrar o futuro governo no comando de um ministério voltado às questões sociais, espelhando a presença dela no governo de transição.

Lula ficará em Brasília até sexta-feira, para articular, pessoalmente, a montagem do novo governo. Aliados que participam das reuniões com o comando da equipe de transição têm demonstrado a expectativa de que o presidente eleito comece a anunciar os nomes que vão compor o futuro ministério até o início da semana que vem. E vai acompanhar as negociações para definição das presidências da Câmara e do Senado, com a recondução praticamente certa do deputado Arthur Lira (PP-AL) e do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), respectivamente.

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