REDES SOCIAIS

Justiça ordena exclusão de post machista de Eduardo Bolsonaro e Hang

Bolsonaristas associaram acidente no metrô de SP a contratação de mulheres nas obras. Juíza classificou comentário como machista, sexista e misógino

Luana Patriolino
postado em 15/12/2022 22:21
 (crédito: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados)
(crédito: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados)

A Justiça de São Paulo determinou que o Twitter apagasse as postagens do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do empresário Luciano Hang, dono das Lojas Havan, em que eles fizeram declarações machistas sobre desabamento nas obras de construção da linha 6-laranja do metrô de São Paulo, em fevereiro deste ano. Na ocasião, os bolsonaristas atribuíram o acidente a contratação de engenheiras.

A decisão foi assinada pela juíza Luciana Biagio Laquimia, da 17ª Vara Cível de São Paulo. Ela afirmou que a postagem "consiste em estéril manifestação sexista, machista e misógina, juridicamente violadora de direitos". A magistrada ainda disse que "Luciano Hang e Eduardo Bolsonaro, pessoas públicas, postaram vídeo em seus perfis oficiais do Twitter em que sumariamente julgaram e condenaram as autoras pela responsabilidade do acidente nas obras".

Hang e Bolsonaro também foram condenados a pagar os custos processuais e honorários advocatícios, no valor de R$ 10 mil. A rede social já removeu as publicações. Foram as próprias engenheiras que pediram a exclusão do conteúdo ofensivo. Elas aparecem no vídeo institucional da Acciona, uma das empresas responsáveis pela obra.

A gravação publicada pelo filho do presidente reúne imagens da cratera que se abriu na Marginal Tietê e entrevistas com mulheres que trabalham na empresa responsável pela obra.

“‘Procuro sempre contratar mulheres’, mas por qual motivo? Homem é pior engenheiro? Quando a meritocracia dá espaço para uma ideologia sem comprovação científica o resultado não costuma ser o melhor. Escolha sempre o melhor profissional, independente da sua cor, sexo, etnia e etc”, escreveu Eduardo Bolsonaro na internet.

Na época, a Acciona repudiou as declarações do deputado e classificou o ato como “desrespeitoso” e "misógino". A companhia também afirmou que estuda medidas judiciais contra o parlamentar.



 

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