Fim de Mandato

Na função de presidente, Mourão fará pronunciamento em cadeia nacional amanhã

Discurso será transmitido em rádio e televisão, a partir das 20h deste sábado (31/12)

Ingrid Soares
postado em 30/12/2022 17:11 / atualizado em 30/12/2022 17:11
 (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
(crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) fará um pronunciamento neste sábado (31/12) em seu último dia no governo. A declaração será transmitida em cadeia nacional de rádio e televisão, às 20h, com previsão de sete minutos. Segundo interlocutores, trata-se de uma mensagem de fim de ano.

O general assume a Presidência do país após o presidente Jair Bolsonaro (PL) ter embarcado esta tarde rumo a Orlando, nos Estados Unidos, onde passará ao menos um mês. Segundo o Diário Oficial da União (DOU), o governo federal autorizou o apoio de cinco assessores de Bolsonaro para a segurança do presidente.

Contrariando os ritos, Bolsonaro escolheu não participar da tradicional transmissão de faixa presidencial ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no dia 1º de janeiro, quando o petista tomará posse.
Mourão, eleito senador pelo Rio Grande do Sul, também não pretende passar a faixa.

Live de despedida

Antes de viajar, Bolsonaro fez uma live em tom de despedida, onde aproveitou para alfinetar a nova gestão, dizendo tratar-se de “um governo que começa capenga". Ele também condenou atos de vandalismo no país, afirmando que “nada justifica” e reclamou que os baderneiros estão sendo intitulados de bolsonaristas.

“Durante a campanha, uma tragédia lá em Foz do Iguaçu, uma pessoa mata a outra. E aí… (chamam de) Bolsonaristas. Eu estive aqui em Brasília com os familiares, conversamos sobre esse episódio lamentável em todos os aspectos, nada justifica o que aconteceu ali. Como nada justifica, aqui em Brasília, essa tentativa de um ato terrorista, na região do aeroporto. Nada justifica”, disse.

Bolsonaro também desencorajou apoiadores a realizarem ataques na posse de Lula. “Não vamos achar que o mundo vai acabar dia 1º de janeiro e que vamos para o tudo ou nada. Não tem tudo ou nada. Inteligência. Vamos mostrar que somos diferentes do outro lado.”

“Nós não queremos o confronto, nem estimulo ninguém a partir para o confronto. É a pior maneira de tentar resolver o assunto, creio no patriotismo de vocês, na inteligência de vocês, na garra. Sei o que vocês passaram ao longo desses dois meses de sol e chuva. Isso não é nada que vá ficar perdido”, disse.

Bolsonaro citou ainda que Lula quer voltar a cobrar impostos federais a partir de janeiro. "Pelo que tudo indica, a gasolina sobe quase R$ 1 a partir de 1º de janeiro agora. É o novo governo". "Também vai aumentar o diesel, o gás de cozinha."

Fake news

Apesar de já desmentida a notícia, ele afirmou também que Lula pretende taxar o Pix, sistema instantâneo de pagamentos. Sobre as eleições, falou que não houve imparcialidade e deu a entender não ter tido apoio suficiente para questionar a vitória de Lula.

"Dou minha vida pela Pátria, mas, em certas coisas, a decisão não é apenas tua. É a decisão de mais setores, mais gente, e não de apenas um setor, uma instituição, como a gente vê muitas críticas que acontecem por aí e nós não podemos fazer o que o outro lado sempre fez, à margem de tudo, no vale tudo. Não está perdido. O Brasil é um país fantástico. O Brasil não vai se acabar dia 1º de janeiro. O nosso Brasil, temos aí 30 dias pela frente, o parlamento está de recesso. O parlamento que volta dia 1º de fevereiro é um parlamento mais conservador, mais de direita, menos dependente do Poder Executivo."

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