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Após uma semana, segundo escalão do governo Lula ainda está incompleto

Rui Costa, disse, após o encontro de Lula com ministros, que vai atender, na distribuição de cargos, todas as legendas que vão compor a base de sustentação do governo no Congresso

Fernanda Strickland
postado em 08/01/2023 03:55
 (crédito: Luis Fortes/MEC)
(crédito: Luis Fortes/MEC)

A primeira semana do novo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não foi suficiente para contemplar partidos aliados em cargos do segundo escalão da gestão federal. O petista, em reunião ministerial realizada na última sexta-feira, afirmou que o governo deve estar montado até 24 de janeiro. Especialistas afirmam que as escolhas para o time não serão fáceis, pois há muito a se dizer com esses cargos. Se, por um lado, tendem a reunir pessoas com perfil técnico, por outro abrigam velhos conhecidos do PT.

"O segundo escalão precisa de cargos para acomodar forças políticas. O Lula tem o faro para isso, ele não vai conseguir atender a todos e vai sair gente enfurecida com as escolhas que virão. Fora aqueles que podem escolher não permanecer nos cargos de ministros", explicou o cientista político André César. A formação do segundo escalão precisa atender as legendas menores, que não foram contempladas com ministérios pelo presidente Lula. "Um exemplo disso é o União Brasil. Apesar de estar com três ministérios, a bancada na Câmara dos Deputados da sigla não está se sentindo contemplada."

O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), disse, após o encontro de Lula com os ministros na sexta, que vai atender, na distribuição de cargos, todas as legendas que vão compor a base de sustentação do governo no Congresso. De acordo com o titular da pasta, serão levados em conta critérios políticos e técnicos.

"Não são composições com pessoas diferentes. São composições que buscam pessoas que reúnam as duas qualidades: tenham representação, do peso político no Congresso, e tragam consigo uma capacidade técnica de encaminhar aquilo que é pertinente à sua pasta e à área onde ele vai ser indicado", afirmou.

Segundo César, o Partido dos Trabalhadores sempre quis ocupar esses cargos. "Podemos citar, como exemplo, a indicação para o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) feita pelo ministro da Educação, Camilo Santana", apontou. As nomeações no MEC foram bastante comemoradas, pois abriram espaço para mulheres e técnicas qualificadas, como a professora Mercedes Bustamante, da Universidade de Brasília (UnB), que foi anunciada na última sexta como a nova presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Cargos de confiança

Outro indício que mostra as preferências para os cargos do segundo escalão é a escolha do ex-chanceler Celso Amorim, que volta como assessor especial de Lula. A nomeação foi publicada na edição-extra do Diário Oficial da União (DOU), na quinta-feira. Amorim esteve à frente do Itamaraty nas duas gestões anteriores do chefe do Executivo. Já no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, comandou a Defesa. 

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