Café com a imprensa

Lula no Planalto: "Se a meta da inflação está errada, mude-se a meta"

Em encontro com jornalistas, presidente da República voltou a defender uma revisão dos parâmetros para a política monetária e concessão de crédito. Disse também que, quando voltar da China, vai discutir maneiras de baixar os juros para o setor produtivo ampliar os investimentos

Denise Rothenburg
postado em 06/04/2023 13:38 / atualizado em 06/04/2023 15:07
 (crédito: Marcelo Ferreira/CB/DA Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/DA Press)

No café com jornalistas, há pouco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou no ar a possibilidade de futuramente mudar a meta de inflação. Ele disse ser “humanamente impossível” o empresariado obter crédito ou a economia voltar a crescer de forma mais consistente, com os juros altos.

“Não sei se foi ao partir de um de vocês, mas ouvi que o presidente do Banco Central teria dito que para manter 3% (de meta de inflação) teria que ter um juro se 20%. É algo não razoável. Se a meta está errada, muda-se a meta. Não se pode permitir que empresário tome crédito com essa taxa de juros”, disse, falando em tese.

A meta de inflação é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN)e o Banco Central representa um voto. Perguntado ao final da entrevista, o presidente reforçou: “Já estabeleci meta de inflação, já tive o prazer de discutir meta de inflação, câmbio, quando tinha relação com o Banco Central”.

Porém, afirmou que as declarações no início do café tinham sido ditas “em tese” e que, quando voltar da China, discutirá uma forma de baixar os juros para empresários interessados em investir. “Minha obsessão agora fazer a economia crescer e gerar empregos”, disse.

Nesse sentido, além da questão do crédito, o presidente se dedicará a conversar com o Congresso para aprovar o arcabouço fiscal e a reforma tributária, que ele considera o primeiro grande teste do seu governo no Congresso. “Ainda não tivemos uma votação teste da base e esse teste deve ser a reforma tributária”, disse Lula. “Vou conversar com quem tiver que conversar para ver esse país voltar a crescer. Não tenho problemas em conversar com quem quer que seja”.

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