PGR

Recondução de Aras à PGR é defendida por alas influentes do PT

Tradicionalmente, o Partido dos Trabalhadores acata a lista tríplice, porém, em março, o presidente Lula disse que o nome do próximo procurador-geral da República será uma escolha pessoal. Aras termina o mandato em 26 de setembro

Ingrid Soares
postado em 26/04/2023 11:15 / atualizado em 26/04/2023 11:16
 (crédito: Nelson Jr./SCO/STF)
(crédito: Nelson Jr./SCO/STF)

A recondução do procurador-geral da República, Augusto Aras, vem sendo defendida por alas influentes do PT, sobretudo na Bahia e em São Paulo. Se até pouco tempo atrás sua permanência no cargo era considerada improvável, a possibilidade agora tem sido levantada em conversas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A favor dele pesam a relação privilegiada com o Congresso, além da falta de opções nos quadros do Ministério Público Federal (MPF). A informação é do jornal Valor Econômico.

Augusto Aras termina o mandato em 26 de setembro. Tradicionalmente, o PT acata a lista tríplice elaborada pelos procuradores do órgão. Porém, em março, Lula disse que o nome do próximo procurador-geral da República, chefe do Ministério Público Federal (MPF), não sairia de uma lista tríplice elaborada pelas entidades de classe. O petista disse que a escolha será pessoal e que ele vai ser criterioso para a decisão, levando em conta a experiência de presidente nos mandatos anteriores.

"A única coisa que eu tenho certeza é que eu não vou escolher mais lista tríplice", garantiu.

 

Ainda segundo o presidente, a força-tarefa do Paraná prejudicou a imagem do Ministério Público Federal (MPF). "E o MPF tem que saber que eu não vou escolher por irresponsabilidade da força-tarefa do Paraná, que foi moleque, que prejudicou a imagem do MPF. Aliás, quase destruíram a imagem da seriedade do Ministério Público. Um bando de moleque irresponsável. Eles jogaram fora uma coisa que só eu tinha feito", emendou.

"Eu vou pensar muito em quem vou indicar, eu não tenho ninguém em vista ainda, eu tenho muitos nomes que as pessoas me falam. Vou levar muito em conta na indicação. Não vou indicar ninguém que seja meu amigo, é importante dizer que eu não quero indicar ninguém para fazer benefício para mim. Quero indicar as pessoas para fazer benefício, o correto para a sociedade brasileira. E eu vou indicar uma pessoa boa", reforçou em entrevista em março.

Lista tríplice

A elaboração da lista tríplice não é prevista na Constituição, mas é bem vista entre as entidades de classe. Depois de ser escolhido pelo chefe do Executivo, o indicado ao cargo também deve passar por uma sabatina no Senado Federal para receber o aval dos parlamentares, por meio da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

No último dia 6, o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) apresentou um requerimento para desarquivar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 25/2020, que obriga o presidente a acatar a lista tríplice do Ministério Público para a escolha do procurador-geral da República (PGR). 


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