INVESTIGAÇÃO

PGR manda Nikolas explicar sociedade em empresa que recebeu verba de campanha

Representação feita no órgão aponta que parlamentar recebeu parte das cotas sociais da Destra Cursos dois meses após as eleições do ano passado

Renato Souza
postado em 25/05/2023 19:22
 (crédito: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)
(crédito: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

A Procuradoria-Geral da República (PGR) deu prazo de 15 dias para que o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) explique a participação dele na sociedade de uma empresa aberta em Minas Gerais em setembro do ano passado. De acordo com representação feita no órgão, a Destra Cursos LTDA recebeu recursos da campanha de Bruno Engler dias após ser criada.

Bruno era deputado estadual e foi candidato a prefeito de Belo Horizonte em 2020, quando Nikolas concorreu e venceu o pleito para vereador. Engler é conhecido por ser próximo a Nikolas. Eles fizeram campanha eleitoral juntos.

A representação foi feita ao Ministério Público Federal (MPF) pelo jornalista Diego Feijó de Abreu. Ele apresentou comprovantes de que a empresa recebeu R$ 67 mil para prestar serviços à campanha de Bruno em setembro. Dois meses depois, em novembro, Nikolas recebeu 15% das cotas sociais da Destra Cursos - que na época estavam avaliadas em R$ 45 mil.

No entanto, a entrada do atual deputado federal na sociedade só foi oficializada em cartório em fevereiro deste ano. Na PGR, o caso está sob responsabilidade da vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo.

O nome da empresa teria ligação com um site que Nikolas usa para vender cursos pela internet. "O representante aduz, ainda, que tal inovação teria estreita relação com site utilizado pelo Deputado Federal Nikolas Ferreira para a venda de seus cursos,soudestra.com.br", destaca Lindôra.

"Pelo exposto, determina-se a expedição de ofício ao Deputado Federal Nikolas Ferreira de Oliveira, preferencialmente por meio eletrônico, com cópia do presente despacho, para que, caso queira, apresente resposta, no prazo de(15) quinze dias, acerca das mencionadas representações", completa a vice-procuradora, no documento.

A reportagem procurou Nikolas Ferreira, por meio de sua assessoria, para que ele se manifeste sobre o caso, e aguarda resposta.

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