Judiciário

Supremo retoma hoje julgamento do marco temporal de terra indígena

Corte analisa ação que pode fixar data específica para demarcar áreas ocupadas pelas comunidades tradicionais

Renato Souza
postado em 07/06/2023 13:07 / atualizado em 07/06/2023 13:11
 (crédito: Rômulo Serpa/Agência CNJ)
(crédito: Rômulo Serpa/Agência CNJ)

O Supremo Tribunal Federal deve retomar hoje o julgamento sobre o marco temporal das terras indígenas. O tema, um dos mais polêmicos que tramitam na corte, afeta quase 1 milhão de integrantes de comunidades indígenas no país. Está em discussão se a promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988 deve servir como data limite para a demarcação de comunidades ocupadas pelos povos tradicionais. A discussão ocorre na sessão presencial do plenário físico da corte.

Na prática, se o Supremo validar o marco temporal, só poderão ser demarcadas terras ocupadas pelos indígenas até o ano de 1988. A questão é polêmica, pois envolve o direito à moradia de comunidades que, historicamente, sofreram com violências, expulsões de áreas ocupadas, genocídios e deterioração cultural desde a chegada dos portugueses ao Brasil, em 1500, quando as terras já estavam ocupadas pelos povos tradicionais. Se aprovado pela corte, o tema tem potencial para aumentar os conflitos de terras em todo o território nacional, principalmente nas regiões Norte e Nordeste.

O julgamento, que começou no ano passado, estava suspenso por um pedido de vistas do ministro Alexandre de Moraes. Até agora, o ministro Edson Fachin votou contrariamente à tese, enquanto o ministro Kássio Nunes Marques, favoravelmente. O julgamento será retomado por iniciativa da ministra Rosa Weber, presidente do STF, após um apelo feito pela ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara. É provável que o tema se estenda por mais de uma sessão, em razão da complexidade.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação