CPMI do 8/1

Perito diz que explosivo achado em aeroporto é o mesmo usado em pedreiras

O perito Renato Carrijo presta depoimento na CPMI que investiga os atos antidemocráticos. Ele detalha a perícia realizada no item encontrado próximo a um caminhão de combustível em Brasília

Taísa Medeiros
postado em 22/06/2023 11:26 / atualizado em 22/06/2023 12:00
 (crédito: Taísa Medeiros/CB/DA.Press)
(crédito: Taísa Medeiros/CB/DA.Press)

Três membros da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) são ouvidos nesta quinta-feira (22/6) pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos do 8 de janeiro. O perito Renato Carrijo foi o segundo a depor. Em seu depoimento, ele detalhou as análises realizadas no artefato explosivo encontrado próximo a um caminhão carregado de combustível no Aeroporto de Brasília, em 24 de dezembro do ano passado.

Segundo explicou o perito, o artefato se tratava de um explosivo industrial. “Era um explosivo industrial normalmente utilizado em pedreiras para rompimento de rochas. O resto do material que não foi afetado pela inativação, eu coletei, fiz um material improvisado e fiz o acionamento posteriormente”, explicou o perito. O empresário George Washington de Oliveira Sousa, 54 anos, foi preso preventivamente, na tarde do dia 25, por conta da tentativa de atentado. Ele também irá depor na CPMI nesta quinta-feira, escoltado por policiais, pois está detido no Complexo Penitenciário da Papuda.

 

Por conta da periculosidade, o item depositado próximo ao aeroporto pelo empresário foi pego com ajuda de um robô, e com imagens de raio-x foi verificado se tratar de uma massa com circuito. “Após isso ser feito, o esquadrão passou o material inativado ao meu comando, e eu comecei a fazer os exames periciais”, detalhou Carrijo. Conforme o policial, o artefato se tratava de uma caixa preta com um acionador de artefatos pirotécnicos, chamada de caixa de fogo, muito utilizada em fogos de artifício.

Carrijo relatou, também, que concomitante à operação, outra equipe foi atrás do motorista do caminhão, que já estava próximo à Cristalina (GO). “Uma equipe de perícia foi até Cristalina para conduzir os exames no caminhão em busca de novos artefatos ou objetos suspeitos”, afirmou.

Ao mesmo tempo, o restante da equipe foi até a garagem do então suspeito, George Washington, no Setor Sudoeste, em Brasília. Lá, além de ser realizada a prisão em flagrante, houve uma perícia no carro, onde encontraram outro material suspeito no banco do motorista. Carrijo relatou que se tratava de uma massa, mas que não havia nenhum sistema de acionamento. No local também foram encontradas armas, mais de mil munições, explosivos e materiais como querosene de aviação, além de um detonador por dispositivo remoto da bomba.

O perito aproveitou a oportunidade na CPMI para elogiar o trabalho da corporação. “A única certeza que a gente tem é que graças ao trabalho da PCDF houve uma prisão muito rápida e a gente analisa agora apenas os 'ses'”, disse, em referência aoi que podia ter ocorrido.

CPMI

Na sessão de hoje, a CPMI realiza mais quatro oitivas. Serão ouvidos: Valdir Pires Dantas Filho e Renato Martins Carrijo, peritos da Polícia Civil do Distrito Federal; Leonardo de Castro, diretor de Combate à Corrupção e Crime Organizado da Polícia Civil do DF e George Washington de Oliveira Sousa, condenado pelo atentado a bomba no aeroporto de Brasília na véspera do Natal de 2022.


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