O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, recordou conversa com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) antes das eleições de 2022 e classificou o petista como figura “muito mais fácil” de lidar do que o ex-presidente e seu correligionário, Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista à GloboNews, o líder partidário fez elogios a membros do atual governo federal.
Costa Neto elogiou os dois primeiros mandatos de Lula, nos quais ele e seu partido integraram a base governista. Para o presidente do PL, o petista adota um comportamento diferente na atual gestão, o que Valdemar avalia como um efeito da prisão entre 2018 e 2019.
“Lula você estava preso, nós fechamos com Bolsonaro e estamos apoiando o governo dele. Ele não entrou no nosso partido, mas pode entrar. Veja bem, você estava preso. Eu sabia que um dia você ia ser solto, mas que um dia ia ser candidato a presidente, Lula, nem você nem a Gleisi (Hoffmann, presidente do PT) sabiam. Então, quer dizer, estamos adiantados na conversa com Bolsonaro. Expliquei para ele e ele entendeu. Sempre me dei bem com ele”, disse ao relembrar conversa com o petista antes da filiação de Bolsonaro ao PL.
Logo após a fala, ao ser questionado se Lula é mais fácil de lidar que Bolsonaro, Costa Neto respondeu: “Muito mais. Não tem comparação”. Na sequência, ele caracterizou o ex-presidente Bolsonaro como “diferente” e disse que ele tinha um comportamento arredio em seu período como deputado federal.
Valdemar Costa Neto ainda fez elogios ao ministro de Relações Institucionais de Lula, Alexandre Padilha (PT), a quem classificou como “craque” e “um cara brilhante”. Sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), o presidente do PL disse ser “um camarada preparado”.
A entrevista do presidente do PL acontece em meio à crise no partido motivada por cisão na votação da reforma tributária na Câmara dos Deputados na semana passada. Sob orientação da legenda e do ex-presidente Jair Bolsonaro para ir contra a reforma, 20 parlamentares votaram junto da bancada governista. Nos bastidores, até briga em grupos de WhatsApp movimentaram os últimos dias no PL.
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