Governo

Campanha forte para manter Rita na Caixa e barrar o Centrão

Cerimônia de sanção do novo Minha Casa Minha Vida se torna ato em desagravo à presidente do banco. Já no Palácio do Planalto, reunião define recriação da Funasa por conta do acerto para o grupo parlamentar fechar apoio ao Executivo

Raphael Felice
Rafaela Gonçalves
postado em 14/07/2023 03:55
Na cerimônia do Minha Casa Minha Vida, Rita foi recebida por um coro pedindo que continue à frente do banco -  (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Na cerimônia do Minha Casa Minha Vida, Rita foi recebida por um coro pedindo que continue à frente do banco - (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Diante das pressões e especulações de que será a próxima a ser substituída para concretizar o apoio do Centrão ao governo na Câmara, a presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, foi recebida na cerimônia de sanção do novo Minha Casa Minha Vida (MCMV), ontem, por um coro de apoiadores pedindo que permaneça no cargo. Apesar de afirmar que "todos os nossos cargos são do presidente da República", ela garantiu que não teve qualquer conversa com Lula sobre sua substituição.

"Quero dizer que estou aqui, então estou trabalhando. Encontramos o banco desmantelado, preparado para privatizar suas principais operações, e uma política de medo e assédio colocada dentro do banco como no país, com atraso tecnológico, muito distante das demandas das cidades e estados, burocratizado", apontou.

A plateia do MCMV entoou o coro "Rita fica" repetidas vezes. A representante do Movimento Camponês Popular, Jéssica Brito, destinou boa parte do discurso para defender a permanência da atual presidente.

No início da noite, mulheres que ocupam funções de liderança no banco e integrantes do movimento Uma por Todas e Todas por Uma, divulgaram um manifesto apoiando a permanência de Rita. Segundo o texto, as investidas do Centrão contra as mulheres com postos no governo — como as ministras Nísia Trindade, da Saúde, e Ana Mozer, do Esporte — são "a misoginia de forma mais explícita e sem vergonha".

Mesmo assim, há quem garanta que a saída de Rita está fechada e se dará depois do recesso parlamentar. Ela, inclusive, teria até substituto: Gilberto Occhi, que presidiu a Caixa de 2016 a 2018, no governo Temer.

Funasa

Se na Caixa há resistência quanto a troca de Rita Serrano por um nome indicado pelo Centrão, em contrapartida as está praticamente sacramentado o acordo para a reestruturação da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). De manhã, o deputado Danilo Forte (União-CE) — que, aliás, presidiu a autarquia — e os senadores Hiran Gonçalves (PP-PR) e Daniela Ribeiro (PSD-PB) estiveram no Palácio do Planalto para os ajustes finais. Se reuniram com o ministro das Relações Institucionais Alexandre Padilha, com o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), e com técnicos do governo.

"A Funasa renasceu oficialmente. Teremos uma comissão para fazer os ajustes e apresentar o novo organograma da instituição, para fazermos com que as obras de saneamento possam ser feitas com rapidez", afirmou Forte.

O decreto recriando a autarquia será publicado hoje. A Funasa havia sido extinta em janeiro por medida provisória.

 

 

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