INDENIZAÇÃO

Randolfe terá que pagar R$ 30 mil por chamar empresário de criminoso

Randolfe Rodrigues, líder do governo no Senado, chamou Otavio Fakhoury de criminoso. A declaração foi feita na CPI da Covid-19, no Congresso, em 2021

Correio Braziliense
postado em 12/08/2023 11:52 / atualizado em 12/08/2023 12:00
"Senhor Fakhoury, estou lhe chamando de criminoso, porque o senhor é criminoso. E do pior tipo," disse Randolfe - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

O líder do governo no Senado Federal, senador Randolfe Rodrigues (sem partido), terá que indenizar o empresário Otávio Fakhoury em R$ 30 mil por chamá-lo de criminoso, durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, em 2021. A decisão foi expedida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e cabe recurso.

Bolsonarista, Fakhoury foi atacado por Randolfe porque, segundo ele, o empresário era antivacina e endossava conteúdos de desinformação em relação à covid-19.

"Senhor Fakhoury, estou lhe chamando de criminoso, porque o senhor é criminoso. E do pior tipo. Então, essa turma de criminosos eles... Entre eles, reinam a hipocrisia. Reina a hipocrisia, porque o que eles faziam? Eles faziam propaganda antivacina, eles pediam pras pessoas não se vacinar, eles pediam... Eles espalhavam fake news", afirmou o parlamentar, na época.

"Qual era a vacina que eles queriam? As que poderiam... Podiam dar dinheiro pra eles. Eram essa as vacinas que eles estavam... Que eles estavam atrás, que eles estavam procurando viabilizar," continuou o senador. 

Quem é Fakhoury 

Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia (CPIPANDEMIA) realiza oitiva de empresário apontado como financiador de disseminação de notícias falsas. Ele entrou na mira da CPI em agosto, quando os senadores aprovaram a quebra dos sigilos bancário, telefônico, telemático, desde abril de 2020. A comissão também teve acesso ao sigilo fiscal do empresário, desde 2018.     O empresário Otávio Oscar Fakhoury chega ao Senado Federal. Depoimento começará em instantes.     Foto:
Empresário Fakhoury em oitiva na Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia (foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

O empresário Otavio Fakhoury é presidente do PTB, em São Paulo, e já foi gestor do banco Lehman Brothers, nos EUA. Em 2021, ele era suspeito de financiar a divulgação de desinformações sobre a pandemia. 

Antes de ocupar a presidência do diretório do partido, Fakhoury foi tesoureiro do PSL, também em São Paulo, presidido na época pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro. 

O nome de Fakhoury também aparece no inquérito da Polícia Federal (PF), que investiga os responsáveis por atos antidemocráticos realizados em 2020.

Dano moral

Segundo a decisão do TJ, os desembargadores entenderam que houve dano moral na declaração de Randolfe Rodrigues. O tribunal também acrescentou que a fala não está protegida pela imunidade parlamentar.

"Restou incontroverso que o autor não consta no relatório da comissão parlamentar de inquérito, como acusado de ter recebido propina referente a vacina. Desse modo, tem-se pela violação à imagem e honra do autor, que caracteriza abuso de direito à liberdade de manifestação do pensamento," afirmou a desembargadora Maria Salete Corrêa Dias, relatora do recurso.

O Correio tenta contato com o senador Randolfe Rodrigues, para repercutir a decisão do TJ São Paulo. 

*Com informações da Agência Estado 

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