INVESTIGAÇÃO

PF vai pedir bloqueio de R$ 17 milhões de Bolsonaro, diz revista

O valor foi arrecadado com doações de apoiadores, via Pix. A Polícia Federal suspeita que as doações sejam uma forma de lavagem de dinheiro

Bolsonaro recebeu doações de apoiadores após aliados pedirem ajuda nas redes sociais para o pagamento de multas impostas pela Justiça
 -  (crédito: Mayara Souto/CB)
Bolsonaro recebeu doações de apoiadores após aliados pedirem ajuda nas redes sociais para o pagamento de multas impostas pela Justiça - (crédito: Mayara Souto/CB)
Correio Braziliense
postado em 25/08/2023 13:59 / atualizado em 25/08/2023 14:00

A Polícia Federal (PF) vai pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) o bloqueio de R$ 17,2 milhões recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro de apoiadores, via Pix, em uma espécie de "vaquinha" para pagar multas judiciais. Segundo a revista IstoÉ, a PF suspeita que o político esteja ocultando suposta lavagem de dinheiro por meio das diversas doações que recebeu. Os investigadores afirmam que o bloqueio dos valores, somado a quebra do sigilo bancário, vai ajudar a rastrear a origem de depósitos fracionados.

"Com o bloqueio e quebras, vamos poder cruzar os dados e chegar aos doadores. É que o sistema Pix é feito pelos bancos, identifica o CPF dos supostos colaboradores. Diante disso, vamos aos doadores saber de onde obtiveram o dinheiro doado. Essas pessoas vão ter que demonstrar como receberam os valores doados. Com isso, podemos comprovar que as doações não passam de lavagem de dinheiro", disse uma fonte da PF à IstoÉ.

Bolsonaro recebeu doações de apoiadores após aliados pedirem ajuda nas redes sociais para o pagamento de multas impostas pela Justiça. No entanto, segundo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o ex-presidente aplicou esse valor em fundos de renda fixa.

Na noite de quinta-feira (24/8), Bolsonaro apresentou os extratos bancários ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em petição encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, os advogados do ex-presidente afirmam que a apresentação dos extratos foi feita de forma "espontânea" e pediram o sigilo nos autos. O magistrado autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle em 17 de agosto. A decisão foi tomada no âmbito da investigação que apura o transporte e venda de joias recebidas pela Presidência.

As pedras preciosas foram levadas para o exterior e comercializadas em solo norte-americano. As investigações apontam que Michelle Bolsonaro e o ex-presidente seriam beneficiários de recursos obtidos com as negociações. O material foi devolvido posteriormente, por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). As diligências apuram lavagem de dinheiro e descaminho, pois os pertences deveriam ser incluídos no acervo presidencial.

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