A Câmara Municipal de São Paulo decidiu, nesta terça-feira (19/9), cassar por definitivo o mandato do vereador Camilo Cristófaro (Avante). Ele é acusado de quebra de decoro parlamentar no episódio em que teve um áudio vazado no plenário da Casa usando uma frase racista. Foram 47 votos pela perda do mandato. Ele é o primeiro político cassado no Legislativo paulistano em 24 anos.
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Na ocasião, em maio de 2022, o vereador disse em plenário que "não lavar a calçada... é coisa de preto, né?". A fala do vereador foi captada pelo sistema de som do plenário. Em julho, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou o político pelo crime de racismo. Depois que o caso veio à tona, Cristófaro se defendeu da acusação e disse que foi uma "brincadeira com um amigo" e que ele não é racista.
Na sessão desta terça-feira, ele reiterou sua defesa. “Eu nunca fui chamado de racista por qualquer canto que eu ando nessa cidade. O negro não é bobo, não. Ele sabe quem trabalha. Aqui ninguém está me julgando. Aqui estão me executando”, disse.
Para a aprovação da cassação, eram necessários 37 votos a favor. Ao todo, a Câmara Municipal possui 55 vereadores. Apenas Camilo Cristófaro alvo do pedido), Ely Teruel (Podemos) e Luana Alves (do Psol, autora da denúncia) não votaram. Cinco parlamentares se abstiveram.
Não é a primeira vez
Camilo Cristófaro já havia se envolvido em outro episódio racista. Em 2019, ele chamou Fernando Holiday (então no Democratas) de "macaco de auditório". O político é negro e, na ocasião, havia afirmado em entrevista na TV que alguns vereadores não trabalhavam. O político ficou irritado com a fala do colega e proferiu a fala racista. No entanto, na ocasião, ele não perdeu o mandato.
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