TERRA INDÍGENA

Sonia Guajajara admite que crise yanomami não será resolvida neste ano

Ministra dos Povos Indígenas afirmou que pode levar anos para o território indígena yanomami se regenerar

 12/09/2023 Credito: Ed Alves/CB/DA.Press. Politica. Comissão de Agricultura , Abastecimento e Desenvolvimento Rural. - Delimitação de Terras Indigenas. Com a presença da Ministra dos Povos Indigenas Sonia Guajajara e da Presidente da Funai Joenia Wapichana. Local: Camara dos Deputados. -  (crédito:  Ed Alves/CB/DA.Press)
12/09/2023 Credito: Ed Alves/CB/DA.Press. Politica. Comissão de Agricultura , Abastecimento e Desenvolvimento Rural. - Delimitação de Terras Indigenas. Com a presença da Ministra dos Povos Indigenas Sonia Guajajara e da Presidente da Funai Joenia Wapichana. Local: Camara dos Deputados. - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)
postado em 16/01/2024 17:21 / atualizado em 16/01/2024 18:06

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara e o secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba, realizaram nesta terça-feira (16/1), uma transmissão ao vivo nas redes sociais para apresentar o trabalho que está sendo feito no território Yanomami. Em live transmitida pelas redes sociais a ministra afirmou que a crise humanitária no território não será resolvida tão cedo. “Devido a toda a complexidade, as ações realizadas até agora não foram suficientes para restabelecer tudo que precisa. Esse tempo de um ano é para medir e avaliar. Assim como foram décadas de invasão para chegar a este ponto, pode levar décadas para restabelecer tudo”, afirmou.

De acordo com a ministra, o governo está saindo de ações emergenciais para ações permanentes de acompanhamento e fiscalização no território. Ela admitiu ainda que a crise humanitária não será resolvida neste ano.

“Para quem não conhece o território, é importante entender a complexidade da situação. E não pensar: 'Passado um ano, não se deu conta'. Ou: 'Ah, em um ano vai resolver (os problemas)'. Não resolvem e, possivelmente, não se resolverá em toda a sua dimensão em 2024”, afirmou Sonia Guajajara.

Ela ainda reforçou que pode levar anos para o território indígena se regenerar devido a destruição e os impactos causados pelo garimpo ilegal. “Para os yanomami terem seu modo de vida de volta é preciso retirar os invasores. É preciso que os indígenas tenham como plantar, que os rios sejam despoluídos para que (as comunidades) tenham água para beber”.

No governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) houve uma explosão do garimpo ilegal. A gestão dele ficou marcada por defender a atividade ilegal e incentivar o projetos que regulassem a atividade de exploração dentro de territórios proibidos. A terra Yanomami está em urgência de saúde desde fevereiro do ano passado, quando o governo federal começou uma operação para retirar os garimpeiros da região. A Terra Indígena Yanomami é o maior território indígena do país, com mais de 10 milhões de hectares. O número corresponde a extensão aproximada do estado de Pernambuco.

Casa de governo

O Palácio do Planalto anunciou investimento de R$1,2 bilhão em “ações estruturantes do governo” no território Yanomami. Ministros e representantes da Funai estiveram na região no último dia 10. A proposta prevê, entre outras medidas, a instalação da chamada Casa de Governo que concentra em Boa Vista (RR) equipes de diversos órgãos federais, dentre eles os ministérios dos Povos Indígenas, do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, dos Direitos Humanos, da Educação e da Saúde, além da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF), Ibama e outros.

A ministra Sonia Guajajara afirmou que a Casa de Governo será coordenada por um representante da Casa Civil. “Já estão acontecendo reuniões diárias, na Casa Civil, para planejarmos o funcionamento e o orçamento necessário ao funcionamento. A estimativa é que, até meados de fevereiro estejamos com tudo pronto”.

Estagiária sob supervisão de Renato Souza

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