COVID-19

CGU conclui que certificado de vacinação apresentado por Bolsonaro é falso

Caso foi alvo de inquérito aberto pela Polícia Federal e levou o ex-ajudante de ordens da presidência, Mauro Cid, para a cadeia

Ex-presidente Jair Bolsonaro criticou as urnas eletrônicas durante sua gestão -  (crédito: Getty Images via AFP)
Ex-presidente Jair Bolsonaro criticou as urnas eletrônicas durante sua gestão - (crédito: Getty Images via AFP)
postado em 18/01/2024 19:23 / atualizado em 18/01/2024 19:24

A Controladoria-Geral da União (CGU) informou que uma investigação conduzida pelo órgão apontou que é falso o registro de imunização contra o coronavírus que está no cartão de vacinação do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro. O caso foi alvo de uma operação da Polícia Federal, que apontou a participação do tenente-coronel do Exército Mauro Cid em um esquema de fraude. O militar foi preso em razão do caso em maio do ano passado.

A CGU informou que "de acordo com os dados constantes do sistema do Ministério da Saúde, no Cartão Nacional de Vacinação do ex-presidente, há um registro contra a Covid-19 que teria ocorrido em 19/07/2021, na Unidade Básica de Saúde (UBS) Parque Peruche, em São Paulo (SP)".

Ainda de acordo com o órgão, outros dois registros de imunização, que teriam se dado em Duque de Caxias (RJ), haviam sido efetuados por agentes municipais, mas cancelados antes mesmo do início das investigações pela CGU". Em relação aos registros feitos no Rio de Janeiro, logo em diligências iniciais, os auditores verificaram a existência de um possível esquema de fraude a cartões de vacinação, envolvendo o Secretário Municipal.

A investigação apontou que Bolsonaro sequer estava em São Paulo no dia em que teria ocorrido a suposta vacinação. A falsificação no cartão de vacinas teria como objetivo facilitar a entrada de Bolsonaro e familiares nos Estados Unidos - país que exigia a vacinação de estrangeiros que queriam ingressar em solo norte-americano durante a pandemia.

Na investigação que correu na CGU, foram ouvidas diversas pessoas que trabalhavam na UBS Parque Peruche, em São Paulo. "Os auditores tomaram, inclusive, o depoimento da enfermeira indicada no cartão de vacinação como aplicadora do imunizante, mas essa negou que tenha feito tal procedimento. E ainda, afirmou que não trabalhava mais na Unidade naquela data, o que foi confirmado por documentos", informa nota divulgada pelo órgão.

"Também foram feitas oitivas de funcionários em serviço na UBS no dia 19/07/2021, mas todos negaram ter visto o ex-Presidente da República no local. Da mesma forma, negaram conhecer qualquer pedido feito para registrar a imunização do então Chefe do Poder Executivo", concluiu a Controladoria.

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