INVESTIGAÇÃO

Padilha diz que existia organização criminosa nas instituições sob Bolsonaro

Ministro das Relações Institucionais comentou sobre investigação que apura o uso da Abin para espionagem e defendeu a continuidade dos trabalhos da Polícia Federal

Padilha:
Padilha: "O clima de ódio semeado durante quatro anos no governo anterior envolveu, contaminou, várias instituições civis e militares" - (crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
postado em 29/01/2024 16:29 / atualizado em 29/01/2024 16:32

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta segunda-feira (29/1) que houve uma "contaminação" dos órgãos públicos no governo anterior. A declaração foi dada após ele ser questionado sobre a investigação do suposto uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionar opositores da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Padilha disse que havia uma organização criminosa instalada nas instituições. “Os processos de apuração não se restringem à Abin. Envolvem todos os órgãos, sejam civis ou militares. Desde o ano passado isso já vem sendo desenvolvido de forma autônoma pela Polícia Federal, a partir das determinações do Judiciário, e nós não descansaremos enquanto todos aqueles envolvidos nos crimes preparatórios de 8 de janeiro sejam devidamente apurados e punidos. Existia uma organização criminosa no governo anterior que envolvia várias instituições”, afirmou.

Ele defendeu a continuidade das investigações. "O clima de ódio semeado durante quatro anos no governo anterior envolveu, contaminou, várias instituições civis e militares, e a apuração sobre envolvimento individual em todas as instituições tem que continuar."

"Abin paralela"

A Polícia Federal apura a criação de uma suposta rede criminosa que se instalou no órgão para espionar críticos do governo Bolsonaro. De acordo com a PF, "os investigados podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei".

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente, foi alvo de busca e apreensão na manhã de hoje. A suspeita é de que assessores dele pediam informações para o ex-diretor da Abin e hoje deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) — que é próximo da família Bolsonaro. Também foram autorizadas buscas na residência do político e na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

Saída de barco

Carlos Bolsonaro estava andando de lancha no momento em que os agentes da Polícia Federal chegaram a sua residência em Angra dos Reis. Ele só apareceu no local por volta das 11h. Até o momento, o parlamentar ainda não se pronunciou sobre a operação. Por meio das redes sociais, Fabio Wajngarten, advogado de Jair Bolsonaro, negou que um computador da Abin apreendido com o vereador, ou que qualquer equipamento, fosse da agência.

O advogado também refutou a informação de que o ex-presidente e os filhos teriam fugido de barco na hora da apreensão. Segundo Wajngarten, a família Bolsonaro teria saído de lancha para pescar às 5h, antes da operação da Polícia Federal.

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