JUSTIÇA

Cármen Lúcia: "Discurso de ódio contra mulher se acentua e é sexista"

TSE condenou Jovem Pan a pagar multa de R$ 30 mil por comentários inverídicos e machistas sobre Janja durante a campanha eleitoral. Ministra chamou atenção para teor machista

"O discurso de ódio contra a mulher é diferente do discurso contra os homens. É sexista, de costumes, para atingir a família, os filhos, os pais", disse Cármen Lúcia que é, atualmente, a única ministra mulher do STF - (crédito: Alejandro Zambrana/Secom/TSE)
postado em 07/03/2024 16:15

A ministra Cármen Lúcia, vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), lamentou na manhã desta quinta-feira (7/3) os discursos de ódio contra a mulher no país. Em julgamento da Corte sobre os ataques desferidos à primeira-dama, Janja da Silva, por uma comentarista da rádio Jovem Pan à época da campanha eleitoral, a magistrada destacou o impacto do machismo para a população.

Os ministros analisavam ação contra o veículo e a comentarista Pietra Bertolazzi, por disseminação de fake news, durante a campanha de 2022 sobre Janja, esposa do então candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva. 

Na ocasião, a comentarista afirmou que Janja seria usuária de maconha e estaria rodeada por “um monte de artista maconhista”. Ela ainda fez uma comparação com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

“O discurso de ódio contra as mulheres se acentua de forma proeminente, principalmente depois e nas últimas eleições. O discurso de ódio contra a mulher é diferente do discurso contra os homens. É sexista, de costumes, para atingir a família, os filhos, os pais”, disse Cármen Lúcia que é, hoje, a única ministra mulher do Supremo Tribunal Federal (STF).

A magistrada apontou que a situação “é enormemente prejudicial”. “Enquanto fazemos um esforço para as mulheres participarem de eleições, isso as afasta da disputa”, considerou.

O TSE definiu uma multa de R$ 30 mil, aplicada para cada um (emissora e comentarista), em razão da veiculação de informações inverídicas sobre Janja. A Corte Eleitoral entendeu que o comentário feito, em meio ao contexto eleitoral, prejudicava o então candidato à Presidência.

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