INVESTIGAÇÃO

General Richard Fernandez nomeou Rivaldo mesmo com inteligência se opondo

Delegado preso por ser acusado de participação na morte de Marielle Franco foi escolhido para comandar a Polícia Civil diante de intervenção federal no Rio de Janeiro

Rivaldo Barbosa assumiu a Polícia Civil do Rio um dia antes da morte da vereadora, em 14 de março
 -  (crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil)
Rivaldo Barbosa assumiu a Polícia Civil do Rio um dia antes da morte da vereadora, em 14 de março - (crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil)
postado em 24/03/2024 15:48

O general Richard Fernandez Nunes, que atuava como secretário de Segurança Pública no Rio de Janeiro durante a intervenção federal no estado, em 2018, nomeou o delegado Rivaldo Barbosa, suspeito de envolvimento na morte de Marielle Franco, para o comando da Polícia Civil carioca mesmo com equipes de inteligência recomendando que a escolha não fosse concretizada. Em depoimento à Polícia Federal, no qual o Correio teve acesso, ele afirma que foi o segundo nome da lista montada por ele.

Na oitiva, o general Richard afirmou que "tinha como preferido o delegado Delmir", mas "que este não aceitou o convite", tendo então ele escolhido o nome do delegado Rivaldo Barbosa para o cargo. No depoimento, o general afirma que a subsecretaria de Inteligência "contraindicou o nome de Rivaldo", mas que ele manteve a nomeação, "tendo em vista que a contraindicação não se pautava de dados objetivos".

Richard foi escolhido como secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro pelo ex-comandante do Exército, Eduardo Villas Boas. A Polícia Federal vai investigar a nomeação de Rivaldo para o comando da Polícia Civil um dia antes ao assassinato de Marielle. Ele foi preso neste domingo, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de planejar os homicídios.

Ele teria atuado a mando do deputado federal Chiquinho Brazão e do irmão dele, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro. Os três foram presos neste domingo (24), por ordem do Supremo, em meio a acusações de ordenar e planejar os homicídios. No dia dos homicídios, o interventor federal era Walter Braga Netto, que posteriormente se tornou candidato a vice-presidente pela chapa do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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