Durante o julgamento da ação que pode cassar o mandato do senador Jorge Seif (PL-SC) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta-feira (4/4), o advogado Sidney Neves usou o termo "Véio da Havan", ao falar do empresário Luciano Hang e do suposto uso da Havan durante a campanha eleitoral de 2022.
Sidney, advogado da coligação estadual “Bora Trabalhar”, composta pelo Patriota, PSD e União Brasil, defendia a perda do mandato de Seif por suposto abuso de poder econômico durante sessão plenária no TSE, quando usou o termo para se referir à Luciano Hang.
"As lojas Havan, que se confundem com a figura de seu proprietário e também garoto-propaganda Luciano Hang, autointitulado como, abre aspas, Véio da Havan, contribuiu fortemente para desequilibrar o pleito", disse Sidney.
Veja o vídeo do momento:
Na sequência, o advogado argumentou sobre a influência de Luciano Hang na campanha eleitoral de Jorge Seif, afirmando que o senador foi patrocinado pelo empresário.
"As lojas Havan patrocinaram efetivamente uma candidatura, foram adiante com uma candidatura de um político pouco conhecido. O empresário Luciano Hang, que se confunde com a própria empresa, desejava ser candidato e ao fim lançou uma candidato seu, como um produto materializado no pleito eleitoral", pontuou também Sidney.
Luciano Hang é conhecido na internet como "Véio da Havan". O próprio Hang usa o termo com bom humor, inclusive é usado por aliados dele atualmente. Em postagem nas redes sociais, Jorge Seif escreveu no aniversário de Hang: "Deixe também sua mensagem para o nosso véio da Havan!".
Entenda o caso
O senador Jorge Seif (PL-SC) é suspeito de ter abusado do poder econômico nas eleições de 2022, quando se elegeu senador pelo estado de Santa Catarina, com 39,8% dos votos.
De acordo com a coligação estadual “Bora Trabalhar”, composta pelo Patriota, PSD e União Brasil, a equipe e estruturas da Havan, incluindo um helicóptero cedido por Hang, foram usados na campanha eleitoral de Seif.
Em novembro de 2023, o Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC) rejeitou por unanimidade, pois não houve o entendimento de que poderia ter ocorrido abuso de poder econômico por parte da chapa que inclui os suplentes Hermes Klann e Adrian Rogers Censi, além de Seif.
Contudo, o Ministério Público Eleitoral (MPE) emitiu parecer favorável à cassação e à inelegibilidade do senador e pontuou que a decisão do TRE-SC pode criar precedentes para futuras campanhas eleitorais.
Em um vídeo publicado no X (antigo Twitter), Seif afirmou que "não há nos autos provas ou ato ilegal" da campanha. "Não há irregularidade. Isso eu posso assegurar. Eu creio na Justiça", afirmou o senador.
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