
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, enfrentou clima de constrangimento ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta terça-feira (25/2), durante evento no Palácio do Planalto. Aliados do petista garantem que a ministra deve deixar a pasta, que será assumida pelo ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha.
Nísia iniciou o discurso com a voz trêmula e uma longa lista de agradecimentos. A fala durou cerca de 20 minutos, o que é considerado muito longo para o discurso ministerial. Nos últimos meses, Lula vem orientando a equipe a fazer falas de, no máximo, cinco minutos.
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A atitude também não é do perfil da ministra, que costumava dar muitas coletivas de imprensa no ano passado, com fala breve e direta, durante surto de dengue no país. O tom de despedida dos colegas ficou nítido. Quando finalizou o discurso, Nísia foi aplaudida de pé por todos os servidores da pasta que estavam presentes no evento.
Cotado para assumir o cargo, Padilha não participou da cerimônia. O momento é delicado para o atual ministro da SRI, já que ele apadrinhou Nísia no governo. O ministro Rui Costa, da Casa Civil, também não participou do encontro, mesmo o anúncio sendo uma obra do Novo PAC — fruto de sua pasta. Costa teria tentando convencer Lula a não demitir a ministra da Saúde.
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Ao fim do evento, o presidente ficou sem reação ao ser perguntado, na frente de Nísia, se faria trocas no ministério. A feição de Lula demonstrava o incômodo, que também foi reproduzido pela primeira-dama, Janja Lula da Silva. Nísia limitou-se a observar a reação do chefe do Executivo durante a pergunta. Desde a última quinta-feira (20), aliados do presidente divulgam à imprensa que o presidente está decidido a realizar a troca de ministros na Saúde.
Também estavam presentes na cerimônia o vice-presidente e ministro de Desenvolvimento e da Indústria, Geraldo Alckmin; Esther Dweck, ministra de Gestão e Inovação; Luciana Santos, ministra de Ciência e Tecnologia; e Márcio Macêdo, ministro da Secretaria-Geral da Presidência.