CÂMARA

Hugo Motta tem recepção fria em evento da oposição

Presidente da Câmara defendeu serenidade em discurso na Casa da Liberdade, mas foi ignorado por plateia dominada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro

Hugo Motta faz declaração durante inauguração da Casa da Liberdade, em Brasília -  (crédito: Vanilson Oliveira/CB/D.A. Press)
Hugo Motta faz declaração durante inauguração da Casa da Liberdade, em Brasília - (crédito: Vanilson Oliveira/CB/D.A. Press)

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), voltou a defender equilíbrio e serenidade para que as divergências políticas do país possam ser resolvidas de forma pacífica.

A declaração foi dada na noite desta terça-feira (8/4), durante a inauguração da Casa da Liberdade, em Brasília, evento promovido pela Frente Parlamentar pelo Livre Mercado (FPLM), que marcou a posse da deputada federal Carol De Toni (PL-SC) como presidente da Frente na Câmara e do senador Carlos Portinho (PL-RJ) como presidente da Frente no Senado, para o biênio 2025-2026.

Sob uma recepção fria e marcada pelo silêncio, Motta manteve o tom conciliador ao longo de seu discurso, destacando a importância da responsabilidade institucional, da pacificação e da cautela diante de um cenário que classificou como de “incertezas internas e incertezas externas”.

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Ele afirmou que, no atual momento de polarização, o Brasil precisa unir forças para poder crescer. “Nesse momento de polarização, de enfrentamento, de incertezas, eu penso que cabe a quem tem o dever de conduzir a Câmara dos Deputados e o Congresso Nacional serenidade e equilíbrio para que encontremos nessas nossas divergências aquilo que nos une, que é um Brasil de mais de 200 milhões de brasileiros e brasileiras, que precisa crescer. Que precisa gerar emprego, gerar renda, gerar oportunidades e ser cada vez mais competitivo”, afirmou Motta.

O parlamentar também alertou para os riscos do protecionismo econômico diante do novo cenário internacional. “Estamos deixando de lado o livre mercado e o multilateralismo para retrocedermos ao bilateralismo e ao protecionismo. Essa não é a verdadeira pauta do Brasil”, disse.

Ele frisou que o país precisa “fazer o dever de casa” e avançar em reformas como a administrativa, além de manter o compromisso com a responsabilidade fiscal. “A pauta do Brasil é a pauta de poder exercer o livre mercado, poder de certa forma demonstrar as nossas potencialidades de adaptar e poder com isso fazer com que o nosso país possa seguir essa trajetória de um grande exportador, de um país que gera emprego, que gera renda e que tem que cada vez mais fazer o seu dever de casa para lutar para diminuirmos a nossa burocracia, poder com isso também evoluirmos numa discussão da nossa carga tributária e o congresso tem colaborado nesse sentido”, afirmou Motta.

Apesar de buscar alinhamento com o discurso econômico liberal, Motta não tocou no tema do projeto de anistia aos envolvidos nos atos do 8 de janeiro de 2023. A ausência de aplausos não passou despercebida e evidenciou o desgaste do presidente da Câmara com parte significativa da base bolsonarista, presente no evento.

 

postado em 08/04/2025 23:02
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