
Embora a oposição na Câmara tenha conseguido as assinaturas mínimas para instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do roubo dos aposentados, há outros 12 pedidos de instalação de CPIs aguardando uma decisão do presidente Hugo Motta (Republicanos-PB). O assunto foi tratado na reunião de líderes desta quarta-feira (30) na Casa.
Líderes ouvidos pelo Correio disseram que o presidente Hugo Motta ainda não decidiu o que fará com relação ao pedido capitaneado pelo deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO). Quando o assunto é CPI, o timing é essencial para que os envolvidos consigam colher frutos políticos, mesmo que já haja apoio suficiente dos deputados.
Na saída da reunião, o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), disse que Motta assegurou que vai decidir sobre a cronologia das CPIs depois dos ritos de instalação das comissões especiais na Casa, que devem ocorrer nos próximos dias e são prioridade da presidência da Câmara. Dentre elas, está a que vai discutir a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
“O presidente deu a justificativa de que tem já 12, e essa seria a 13ª CPI na Casa. Ele vai deliberar depois dessas comissões especiais todas que ele está criando, sobre o que fazer com essa cronologia toda de CPIs. Mas a CPI dos aposentados é algo urgente, é inadmissível o que está acontecendo com os aposentados do Brasil na proporção que está acontecendo”, comentou Sóstenes.
“CPI na Câmara ou uma CPMI, isso nós precisamos implementar com toda a urgência do mundo para que não só a gente coíba que os erros e a roubalheira contra os aposentados do Brasil aconteçam, mas em especial para que se crie mecanismos de devolução desse dinheiro o mais rápido possível”, completou o líder.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
O objetivo da CPI é investigar a participação de agentes públicos no escândalo dos desvios na Previdência, que virou notícia na semana passada depois de uma operação da Polícia Federal. O total desviado de 2019 a 2024, segundo as investigações, pode chegar a R$ 6,3 bilhões.