GRUPO PARAMILITAR

"CPI servirá para defender o Congresso e a democracia", diz Talíria Petrone

Descoberta pela PF, organização com militares e civis vendia espionagem e homicídios sob encomenda de autoridades; ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco constaria em suposta lista encontrada pela corporação

Uma das grandes preocupações de Petrone são as redes de financiamento e apoio político a esses grupos. Ela apontou ainda a necessidade de
Uma das grandes preocupações de Petrone são as redes de financiamento e apoio político a esses grupos. Ela apontou ainda a necessidade de "seguir o dinheiro" - (crédito: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

A deputada federal Talíria Petrone (PSol-RJ), que defendeu, nesta quinta-feira (29/5), proposta de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados para investigar a atuação de grupos de orientação nazifascista em território nacional, acredita que a CPI serviria “para defender o Congresso Nacional e, de conjunto, a democracia”. A iniciativa surge após revelação da Polícia Federal (PF) sobre a organização autodenominada 'Comando C4', suspeita de espionagem, desde ministros até cidadãos comuns, e de encomendar assassinatos.

Petrone descreveu o C4 como um grupo paramilitar fascista, armado e treinado, que trama contra a democracia, e ressaltou a ousadia do grupo, evidenciada por listas de acompanhamento que incluiriam nomes de autoridades como o ex-presidente do Senado Federal Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

“Quando eu vi que o nome do ex-presidente do Congresso Nacional aparece nas matérias como uma possível vítima destes esquemas, tive a dimensão da ousadia do grupo. Será que alguém no Congresso Nacional vai ousar defender práticas como essas?”, destacou.

A CPI proposta, portanto, visa um olhar mais amplo sobre o espalhamento desses grupos pelo país. Segundo a parlamentar, o objetivo da comissão parlamentar é investigar organizações paramilitares ilegais, grupos de extermínio com motivações políticas, redes de incitação ao ódio em plataformas digitais e suas possíveis conexões de financiamento com agentes públicos ou privados que incentivam práticas antidemocráticas e violentas. Petrone reforçou que a CPI servirá para defender o Congresso e a democracia, não para partidarizar.

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Uma das grandes preocupações de Petrone são as redes de financiamento e apoio político a esses grupos. Ela apontou a necessidade de “seguir o dinheiro”, visto que, segundo os investigadores, o grupo possuía tabela de preços para monitoramento de autoridades. Serviços contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), por exemplo, custariam R$ 250 mil; contra senadores, R$ 150 mil. O grupo também listava compra de armas e equipamentos, como fuzis e minas terrestres.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

postado em 29/05/2025 18:07 / atualizado em 29/05/2025 18:12
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