Governo

Durigan se reúne com Alcolumbre para minimizar mal estar do IOF

Crise entre Planalto e Congresso sobre IOF leva secretário-executivo da Fazenda a reunião com presidente do Senado

Enquanto Haddad cumpre agenda internacional na Cúpula do Mercosul, Durigan tem assumido a linha de frente da interlocução com o Congresso -  (crédito: Washington Costa/MF)
Enquanto Haddad cumpre agenda internacional na Cúpula do Mercosul, Durigan tem assumido a linha de frente da interlocução com o Congresso - (crédito: Washington Costa/MF)

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, se reuniu nesta quarta-feira (02/7) com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), numa tentativa de amenizar o desgaste político provocado pela revogação dos decretos que aumentavam as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

O encontro acontece logo após o governo recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão legislativa, o que gerou forte reação entre os parlamentares.

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A judicialização da disputa, conduzida pela Advocacia-Geral da União (AGU), foi interpretada por líderes do Congresso como um ataque à autonomia do Legislativo, inclusive por nomes da base aliada. A iniciativa acentuou o mal-estar entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Alcolumbre, apontados por interlocutores do governo como protagonistas da articulação que derrubou os decretos.

Conforme o Correio divulgou na semana passada, o clima não é dos melhores. O ministro Haddad tentou contato direto por telefone com Motta antes da votação, mas não obteve sucesso. O silêncio foi visto no Planalto como sinal de rompimento na articulação política.

Enquanto Haddad cumpre agenda internacional na Cúpula do Mercosul, em Buenos Aires, Durigan tem assumido a linha de frente da interlocução com o Congresso. Nesta terça-feira pela manhã, ele participou de reunião com deputados na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, onde defendeu uma reestruturação criteriosa dos benefícios fiscais. Segundo ele, essa alternativa permitiria ampliar a arrecadação sem recorrer a aumentos de impostos diretos.

“Não dá para aprovar alguma coisa muito genérica do ponto de vista técnico. Simplesmente dizer em um único dispositivo de texto 'fica revisto 10%, porque isso não funciona. É preciso dar alguma operacionalidade e eu expliquei aqui as técnicas de como fazer isso e a gente discutiu os valores”, explicou o secretário. De acordo com estimativas internas da Fazenda, se bem conduzida, a medida poderia gerar até R$ 20 bilhões adicionais aos cofres públicos a partir de 2026.

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postado em 02/07/2025 18:47
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