Saúde global

Em sessão dos Brics, Lula diz que resgatar OMS é ‘urgente’

O presidente Lula discursou durante sessão da Cúpula dos Brics que tratou sobre saúde e meio ambiente. Evento ocorre no Rio de Janeiro e vai até hoje (7/7)

"Recuperar o protagonismo da OMS como fórum legítimo para o enfrentamento às pandemias e na defesa da saúde dos povos é urgente", disse Lula - (crédito: AFP)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta segunda-feira (7/7) que é preciso recuperar o protagonismo da Organização Mundial da Saúde (OMS) na discussão de políticas globais para o combate a doenças e prevenção a pandemias.

Lula também alertou que “o negacionismo e o unilateralismo” estão prejudicando o avanço no combate às mudanças climáticas. O chefe do Executivo discursou durante a Sessão Plenária “Meio Ambiente, COP 30 e Saúde Global”, parte da Cúpula dos Brics, que ocorre no Rio de Janeiro e acaba hoje.

“Recuperar o protagonismo da OMS como fórum legítimo para o enfrentamento às pandemias e na defesa da saúde dos povos é urgente. A recente adoção do acordo de pandemias é um passo nessa direção. Os Brics estão apostando na ciência e na transferência de tecnologia para colocar a vida em primeiro lugar”, disse Lula.

A OMS vem sendo alvo de ataques e desmonte nos últimos anos, especialmente após a pandemia da covid-19. O órgão foi responsável por alertar contra o risco de uma pandemia global e sugerir medidas como o isolamento social e a vacinação em massa, quando o imunizante foi criado.

Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou seu país da OMS e cortou o financiamento à organização. O movimento foi seguido também pelo presidente da Argentina, Javier Milei, aliado de Trump.

Lula também argumentou que doenças que matam milhares de pessoas em países do Brics, citando como exemplo a doença de Chagas e a cólera, “já teriam sido erradicadas se atingissem o Norte Global”.

Para debater soluções para esse tema, o bloco lança hoje uma Parceria pela Eliminação de Doenças Socialmente Determinadas e uma Rede de Pesquisa de Tuberculose.

Mudanças climáticas

A sessão plenária realizada nesta manhã foi a última da Cúpula dos Brics. Depois do encontro, os líderes  presentes se dedicarão a encontros bilaterais e outros eventos paralelos.

A reunião tratou ainda do combate às mudanças climáticas, com a proximidade da COP 30, realizada em Belém em novembro deste ano.

Lula alertou que os países em desenvolvimento são os mais afetados pelas mudanças do clima, e que é preciso intensificar a atuação global para impedir que o aumento na temperatura média no mundo ultrapasse 1,5ºC.

“Hoje, o negacionismo e o unilateralismo estão corroendo o avanço do passado e sabotando nosso futuro. O aquecimento global ocorre em ritmo mais acelerado do que o previsto. As florestas tropicais estão sendo empurradas para o seu ponto de não retorno”, disse o presidente.

Lula destacou que é preciso angariar recursos para financiar as medidas de adaptação e mitigação, especialmente nos países mais pobres. Estima-se que, atualmente, é necessário US$ 1,3 trilhão para isso. A COP 29, no Azerbaijão, realizada no ano passado, conseguiu um compromisso de apenas US$ 300 bilhões para o financiamento climático.

“O Sul Global tem condições de liderar o novo paradigma de desenvolvimento sem repetir os erros do passado”, enfatizou Lula.

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postado em 07/07/2025 10:35 / atualizado em 07/07/2025 13:06
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