TARIFAÇO

Itamaraty aponta "intromissão indevida" dos EUA em processo contra Bolsonaro

Nota foi assinada pelo ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira

Nota foi assinada pelo ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira -  (crédito: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL)
Nota foi assinada pelo ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira - (crédito: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL)

O governo brasileiro condenou nesta terça-feira (15/7) o fato de a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília e o Departamento de Estados dos EUA chamarem o Supremo Tribunal Federal (STF) de "Supremo Tribunal de Moraes". Segundo o Itamaraty, as notas representam uma "nova intromissão indevida e inaceitável em assuntos de responsabilidade do Poder Judiciário brasileiro".

O Brasil discute, desde a semana passada, estratégias para lidar com o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tarifar em 50% produtos brasileiros importados pelos EUA. Também na semana passada, o Itamaraty convocou o encarregado de Negócios da Embaixada dos EUA para cobrar explicações.

Segundo o governo, as ações de autoridades dos Estados Unidos "não condizem com os 200 anos da relação de respeito e amizade entre os dois países". As declarações norte-americanas são percebidas pelo governo brasileiro como parte de uma "defesa do Bolsonaro". “Essa é uma interferência direta (de autoridades norte-americanas à democracia brasileira) é inaceitável”, declarou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Brasil vem negociando com autoridades norte-americanas desde março sobre questões relativas a tarifas de interesse mútuo e está disposto a dar sequência a esse diálogo em benefício das economias e populações de ambos os países. No entanto, o Ministério das Relações Exteriores enfatiza que a "equivocada politização do assunto não é de responsabilidade do Brasil".

Confira a nota do Itamaraty na íntegra:

"O governo brasileiro deplora e rechaça, mais uma vez, manifestações do Departamento de Estado norte-americano e da embaixada daquele país em Brasília que caracterizam nova intromissão indevida e inaceitável em assuntos de responsabilidade do Poder Judiciário brasileiro. Tais manifestações não condizem com os 200 anos da relação de respeito e amizade entre os dois países.

No que se refere ao comércio, o Brasil vem negociando com autoridades norte-americanas, desde março, questões relativas a tarifas, de interesse mútuo, e está disposto a dar sequência a esse diálogo, em benefício das economias, dos setores produtivos e das populações de ambos os países. A equivocada politização do assunto não é de responsabilidade do Brasil, país democrático cuja soberania não está e nem estará jamais na mesa de qualquer negociação".

 

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postado em 15/07/2025 19:57 / atualizado em 15/07/2025 19:57
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