Crise com os EUA

Em meio a crise com os EUA, Lula convoca reunião de última hora com Mauro Vieira

De acordo com o Palácio do Planalto, o encontro tratou da viagem do presidente para o Chile, onde irá participar de uma cúpula em defesa da democracia

O encontro ocorreu no Planalto e durou cerca de uma hora  -  (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O encontro ocorreu no Planalto e durou cerca de uma hora - (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Em meio à crise com os Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve uma reunião convocada às pressas com o ministro das Relações Exteriores (MRE), Mauro Vieira, neste sábado (19/7), no Palácio da Alvorada. Segundo o Palácio do Planalto, o encontro durou cerca de uma hora e teve como tema a participação de Lula em uma cúpula de líderes sobre a defesa da democracia, que vai acontecer em Santiago, no Chile, na próxima segunda-feira (21/7).

O evento no qual o chefe de Estado vai participar é organizado pelo presidente chileno, Gabriel Boric, e terá participação do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, do Uruguai, Yamandú Orsi, e da Espanha, Pedro Sánchez. O embarque de Lula para o país está previsto para este domingo (20/7).

“As discussões estarão organizadas em torno de três eixos centrais: defesa da democracia e do multilateralismo; combate às desigualdades; e tecnologias digitais e o enfrentamento à desinformação", disse o Planalto sobre a reunião com o ministro-chefe do Itamaraty.

O ambiente esperado entre os chefes de Estado no encontro é de afinidade política, e Lula deve abordar temas como o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ainda neste sábado, Lula também criticou a decisão dos Estados Unidos em cancelar o visto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, e definiu a ação como "inaceitável".

Por meio de uma declaração na rede social X, o presidente brasileiro escreveu que a iniciativa da Casa Branca consiste em tentativa de "intimidação" contra integrantes da Suprema Corte brasileira e chamou a medida de "arbitrária e completamente sem fundamento do governo dos Estados Unidos", ferindo os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações.

As medidas impostas pelo governo norte-americano ocorrem após o presidente Donald Trump impor uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros que são importados para os EUA a partir do dia 1º de agosto. A justificativa de Trump sobre o aumento das tarifas seria em decorrência da ação penal contra Jair Bolsonaro (PL), onde o ex-presidente é réu por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Em resposta, Lula tem afirmado que "não aceitará ser tutelado por ninguém" e que responderá com a Lei da Reciprocidade Econômica caso as negociações para evitar o tarifaço não avancem.

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Por Wal Lima
postado em 19/07/2025 17:12 / atualizado em 19/07/2025 17:12
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