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Governo atua para extraditar Carla Zambelli

Deputada licenciada Carla Zambelli passa por audiência de custódia, hoje, na Itália. Ontem, ministro Alexandre de Moraes ordenou que AGU adote "todas as providências cabíveis" para o processo de extradição da ré

Fora do país desde junho, deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP) foi presa em Roma na terça-feira (29) -  (crédito:   Reprodução/Rede Sociais)
Fora do país desde junho, deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP) foi presa em Roma na terça-feira (29) - (crédito: Reprodução/Rede Sociais)

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) passará por audiência de custódia, hoje, na Itália. A parlamentar licenciada está detida na penitenciária feminina de Rebibbia, em Roma, desde terça-feira (29). Ontem, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ordenou que a Advocacia-Geral da União (AGU) tome as "providências cabíveis e necessárias" para extraditar a congressista.

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"Considerando a comunicação da prisão da ré condenada Carla Zambelli Salgado de Oliveira na República Italiana, oficie-se à Advocacia-Geral da União para que acompanhe e adote as providências cabíveis e necessárias relacionadas ao processo de extradição da ré", escreveu Moraes no despacho. O magistrado já havia determinado que o STF enviasse os documentos necessários para o Ministério da Justiça solicitar a extradição de Zambelli.

A deputada foi detida após um agente da Polícia Federal (PF) entregar o endereço da parlamentar para a polícia italiana. Na audiência de custódia, ela poderá apresentar argumentos em defesa própria. Por ter cidadania italiana, a parlamentar pode pedir asilo político. Caso a Justiça italiana opte pela extradição, Zambelli poderá aguardar o processo na penitenciária, em prisão domiciliar, ou até mesmo em liberdade.

Condenada a 10 anos de prisão em regime fechado por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Zambelli poderá, caso for extraditada ao Brasil, iniciar o cumprimento imediato da pena. O caso já transitou em julgado e, portanto, não tem mais possibilidade de recurso.

A PF informou que a Interpol em Roma comunicou a prisão de Zambelli, na terça-feira, "para fins de garantir a extradição ao Brasil". Disse, ainda, que o Ministério da Justiça italiano foi informado a respeito da prisão e aguarda o encaminhamento do pedido formal de extradição.

A AGU comunicou que adotará todas as providências necessárias para conclusão, junto à Itália, do processo de extradição da deputada, para que a parlamentar possa cumprir no Brasil a pena a que foi condenada.

Em 4 de junho, um dia após a deputada anunciar que tinha deixado o país, Moraes determinou a prisão preventiva de Zambelli e mandou inserir o nome da parlamentar na lista da difusão vermelha da Interpol. Mesmo com a cidadania italiana, ela foi considerada foragida.

Tratado bilateral

O tratado entre os dois países prevê que a Itália não é obrigada a entregar brasileiros com cidadania italiana para a Justiça do Brasil. Licenciada do mandato desde 5 de junho, Zambelli foi condenada também por inserir um mandado falso de prisão assinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, contra ele próprio.

De acordo com a defesa de Zambelli, ela quer ser julgada pela Justiça italiana e vai provar sua inocência, portanto, o retorno dela ao Brasil "ainda é incerto". "Acredito na competência e na imparcialidade da Justiça italiana para notar que a Carla é alvo de perseguição política e dessa maneira poderá continuar no país", disse ao Correio o advogado da deputada licenciada Fábio Pagnozzi.

Na quarta-feira (30), o líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), viajou para a Itália com o objetivo de pedir à primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, asilo político para Zambelli. Sóstenes também encaminhou ofício ao ministro da Justiça, Carlo Nordio, solicitando que negue o pedido de extradição feito pelo governo brasileiro.

Enquanto isso, aqui no Brasil, o processo de cassação do mandato de Zambelli poderá ser votado em agosto ou em setembro, de acordo com declarações do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Paulo Azi (União-BA), feitas no dia da prisão da parlamentar. (Com informações da Agência Estado e colaboração de Danandra Rocha)

 


 

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postado em 01/08/2025 03:59
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