Congresso

Vídeo: Zanatta rebate ataques por levar filha de 4 meses à ocupação do PL: "Canalhas"

A deputada diz que interrompeu licença-maternidade por pressão política e acusa de hipocrisia parlamentares da esquerda que também levaram bebês ao plenário em outras ocasiões

Ao Correio, Zanatta reafirmou sua posição e disse que sua presença no Congresso é fruto de cobranças recebidas em sua base eleitoral:
Ao Correio, Zanatta reafirmou sua posição e disse que sua presença no Congresso é fruto de cobranças recebidas em sua base eleitoral: "É o momento de coragem" - (crédito: Reprodução/Instagram)

Em reposta às críticas que vem enfrentando por ter levado sua filha quatro meses ao plenário da Câmara dos Deputados durante ocupação liderada pelo Partido Liberal na quarta-feira (6/8), a deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) acusa a base governista de agir com hipocrisia. A parlamentar publicou nas redes sociais uma foto da deputada Talíria Petrone (PSol-RJ), também com um bebê no colo, durante sessão no Congresso.

A imagem foi acompanhada de uma crítica direta: “São esses que vão me atacar por estar com minha bebê em plenário? Essa aí (Talíria) veio aqui me chamar de fascista com minha filha no colo”, escreveu.

Zanatta participou ontem à noite da confusão ocorrida no plenário Ulysses Guimarães e no auditório Nereu Ramos, quando parlamentares da oposição ao governo ocuparam os espaços em protesto pedindo o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e pela votação da proposta de anistia aos envolvidos no 8 de janeiro de 2023. 

A presença da criança durante o ato foi o estopim para que os deputados Reimont (PT-RJ) e Lindbergh Farias (PT-RJ) acionassem o Conselho Tutelar, argumentando que houve exposição indevida da bebê a um ambiente de risco e instabilidade, em desacordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). No ofício enviado, os parlamentares alegam que “a situação pode configurar risco físico à criança” e pedem que o órgão apure os fatos e, se for o caso, tome as medidas legais cabíveis.

Ao Correio, Zanatta reafirmou sua posição e disse que sua presença no Congresso, mesmo durante o período de licença-maternidade, é fruto de cobranças recebidas em sua base eleitoral: “Eu interrompi a minha licença maternidade. Eu poderia estar acompanhando os trabalhos lá de Santa Catarina, mas entendo que é o momento de coragem, pois estamos sendo cobrados em nossas bases para pautar a anistia, para dar um basta nas arbitrariedades do Supremo Tribunal Federal, mais especificamente do ministro Alexandre de Moraes”, declarou.

Nas redes, a deputada também foi direta ao afirmar que o uso da filha em plenário foi intencional:

“Os que estão atacando minha bebê não estão preocupados com a integridade da criança (nenhum abortista jamais esteve). Eles querem é inviabilizar o exercício profissional de uma mulher usando, sim, uma criança como escudo. Canalhas!”, escreveu ontem à noite.

Ocupação do PL

Em protesto contra a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e em defesa da proposta de anistia, deputados da oposição, principalmente do PL, ocuparam os plenários da Câmara e do Senado, bloquearam as mesas diretoras e passaram a noite no Congresso.

Com esparadrapos na boca e correntes nos braços, os parlamentares tentaram impedir o início das sessões legislativas como forma de pressionar por suas pautas. Após mais de 24 horas de obstrução, um acordo foi costurado com a presidência da Câmara, encerrando a manifestação, mas sem garantir avanços sobre os temas mais polêmicos, como o impeachment de ministros do STF.

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postado em 07/08/2025 11:18 / atualizado em 07/08/2025 11:30
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