
A Associação dos Médicos Cubanos no Brasil (Aspromed) repudia “veementemente” as sanções aplicadas pelos Estados Unidos a servidores do Ministério da Saúde envolvidos na criação do programa Mais Médicos, apontando a medida como um ataque à saúde pública brasileira.
Em nota divulgada nesta sexta-feira (15/8), a entidade destacou que o programa vai além da contratação de profissionais estrangeiros. “O Mais Médicos não é apenas um programa de contratação de médicos estrangeiros, mas sim uma política de saúde pública que busca garantir o direito à saúde para todos, especialmente para a população de baixa renda que vive em regiões menos privilegiadas por todo o país”, afirma a Aspromed.
- Leia também: Governo Trump revoga vistos de familiares de ministro Alexandre Padilha, criador do Mais Médicos
Na última quarta-feira (13), o governo norte-americano revogou os vistos de servidores brasileiros envolvidos no programa, alegando que o programa seria uma forma de "trabalho forçado" promovido pelo regime cubano.
“Ao atacar um programa tão relevante como esse, questiona-se a própria essência da assistência pública, o próprio direito à saúde básica, sem contar os sentimentos de humanismo e solidariedade”, rebate a associação.
Atualmente, o Mais Médicos conta com cerca de 2,5 mil médicos em atividade, que decidiram permanecer no Brasil mesmo após o fim do convênio com Cuba, em 2018. O texto destaca que, em pouco tempo, o programa promoveu a presença de mais de 18 mil médicos em 4.058 municípios de todos os estados brasileiros e em 34 Distritos Indígenas (DSEI), realizando cerca de 63 milhões de atendimentos. “Esses profissionais fortaleceram e legitimaram o maior sistema de saúde do mundo, universal, público e gratuito, o SUS”, afirma a nota.
A associação lembra que o Brasil mantém cooperação técnico-científica com Cuba desde 1987, por meio do “Acordo Básico de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica” e do “Protocolo de Intenções sobre Cooperação Técnica na Área de Saúde da Família”, firmado em 1999.
“Apesar da tentativa de extingui-lo em 2019, o Mais Médicos resistiu e, juntamente com os médicos cubanos que ficaram no Brasil, foi uma base essencial no enfrentamento da pandemia da covid-19 e de outros males provocados pela maior tragédia de emergência médica mundial que também castigou a população brasileira”, ressalta a Aspromed.
A entidade reafirmou, ainda, o compromisso dos médicos cubanos que permaneceram no Brasil. “Os médicos cubanos que permanecem no Brasil por escolha própria — muitos já naturalizados, com famílias brasileiras e laços afetivos profundos com o país — continuarão atuando com dedicação junto às comunidades mais carentes, levando atendimento e cuidado a pessoas que vivem em condições adversas, nos rincões mais distantes do território nacional.”
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
Saiba Mais
Política
Política
Política
Política
Política
Política