Diplomacia

Aspromed repudia sanções dos EUA contra servidores ligados ao Mais Médicos

Associação dos Médicos Cubanos no Brasil ressalta que programa fortaleceu o SUS e garantiu atendimento a milhões de brasileiros, especialmente em regiões carentes

Atualmente, o Mais Médicos conta com cerca de 2,5 mil médicos em atividade, que decidiram permanecer no Brasil mesmo após o fim do convênio com Cuba, em 2018 -  (crédito: Marcello Casal/Arquivo/Agência Brasil)
Atualmente, o Mais Médicos conta com cerca de 2,5 mil médicos em atividade, que decidiram permanecer no Brasil mesmo após o fim do convênio com Cuba, em 2018 - (crédito: Marcello Casal/Arquivo/Agência Brasil)

A Associação dos Médicos Cubanos no Brasil (Aspromed) repudia “veementemente” as sanções aplicadas pelos Estados Unidos a servidores do Ministério da Saúde envolvidos na criação do programa Mais Médicos, apontando a medida como um ataque à saúde pública brasileira.

Em nota divulgada nesta sexta-feira (15/8), a entidade destacou que o programa vai além da contratação de profissionais estrangeiros. “O Mais Médicos não é apenas um programa de contratação de médicos estrangeiros, mas sim uma política de saúde pública que busca garantir o direito à saúde para todos, especialmente para a população de baixa renda que vive em regiões menos privilegiadas por todo o país”, afirma a Aspromed. 

Na última quarta-feira (13), o governo norte-americano revogou os vistos de servidores brasileiros envolvidos no programa, alegando que o programa seria uma forma de "trabalho forçado" promovido pelo regime cubano.

“Ao atacar um programa tão relevante como esse, questiona-se a própria essência da assistência pública, o próprio direito à saúde básica, sem contar os sentimentos de humanismo e solidariedade”, rebate a associação. 

Atualmente, o Mais Médicos conta com cerca de 2,5 mil médicos em atividade, que decidiram permanecer no Brasil mesmo após o fim do convênio com Cuba, em 2018. O texto destaca que, em pouco tempo, o programa promoveu a presença de mais de 18 mil médicos em 4.058 municípios de todos os estados brasileiros e em 34 Distritos Indígenas (DSEI), realizando cerca de 63 milhões de atendimentos. “Esses profissionais fortaleceram e legitimaram o maior sistema de saúde do mundo, universal, público e gratuito, o SUS”, afirma a nota. 

A associação lembra que o Brasil mantém cooperação técnico-científica com Cuba desde 1987, por meio do “Acordo Básico de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica” e do “Protocolo de Intenções sobre Cooperação Técnica na Área de Saúde da Família”, firmado em 1999. 

“Apesar da tentativa de extingui-lo em 2019, o Mais Médicos resistiu e, juntamente com os médicos cubanos que ficaram no Brasil, foi uma base essencial no enfrentamento da pandemia da covid-19 e de outros males provocados pela maior tragédia de emergência médica mundial que também castigou a população brasileira”, ressalta a Aspromed.

A entidade reafirmou, ainda, o compromisso dos médicos cubanos que permaneceram no Brasil. “Os médicos cubanos que permanecem no Brasil por escolha própria — muitos já naturalizados, com famílias brasileiras e laços afetivos profundos com o país — continuarão atuando com dedicação junto às comunidades mais carentes, levando atendimento e cuidado a pessoas que vivem em condições adversas, nos rincões mais distantes do território nacional.”

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postado em 15/08/2025 20:03 / atualizado em 15/08/2025 20:04
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