
O Partido dos Trabalhadores (PT) se manifestou nesta terça-feira (16/9) contra as declarações do presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto. Em um evento realizado no último sábado (13), em Itu (SP), Valdemar afirmou que o PT teria articulado os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 — episódio que resultou na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Em nota oficial, assinada pelo presidente nacional da sigla, Edinho Silva, o PT classificou a fala como “sem provas e sem base na realidade” e anunciou que tomará as medidas judiciais cabíveis contra Valdemar. O partido destacou que tanto a Polícia Federal quanto a Procuradoria-Geral da República e o Supremo Tribunal Federal já apontaram o ex-governo de Jair Bolsonaro como responsável pela tentativa de ruptura institucional.
“Falsas acusações não apagarão a verdade nem a responsabilidade daqueles que atentaram contra a democracia brasileira”, afirma o texto divulgado. A nota também recorda que, segundo as investigações, a conspiração golpista incluía planos para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
Durante o evento em São Paulo, que contou com a presença dos governadores Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Júnior (PSD-PR), Valdemar minimizou a gravidade do episódio. Ele chegou a dizer que “quem começou o quebra-quebra foi um povo do PT. Golpe é com metralhadora, com tanque de guerra. Nunca houve golpe” e que a confusão de 8 de janeiro teria sido apenas uma “bagunça de pé de chinelo”.
Apesar da retórica, o dirigente destoou de parte dos bolsonaristas ao admitir a validade da decisão do Supremo que condenou Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado: “O Supremo decidiu, nós temos que respeitar”.
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Reunião de líderes
Ainda assim, as articulações da oposição se intensificaram após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta terça-feira (16/9), às 10h, teve início uma reunião de líderes partidários na residência oficial do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
No encontro, o líder da oposição, Luciano Zucco (PL-RS), e o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) tentarão convencer Motta a pautar o projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.