
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta terça-feira (23/9) as ações dos Estados Unidos na costa do Caribe e na América do Sul, durante discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.
O petista afirmou que os ataques com bombas a barcos de narcotraficantes da Venezuela foram execuções “sem julgamento”, e defendeu que é “preocupante” a tentativa dos EUA de equiparar organizações criminosas com terroristas.
“Na América Latina e Caribe, vivemos um momento de crescente polarização e instabilidade. Manter a região como zona de paz é nossa prioridade. Somos um continente livre de armas de destruição em massa, sem conflitos étnicos ou religiosos”, discursou o presidente Lula.
“É preocupante a equiparação entre a criminalidade e o terrorismo. A forma mais eficaz de combater o tráfico de drogas é a cooperação para reprimir a lavagem de dinheiro e limitar o comércio de armas. Usar força letal em situações que não constituem conflitos armados equivale a executar pessoas sem julgamento”, acrescentou.
Os Estados Unidos enviaram navios de guerra para a costa da Venezuela, sob o pretexto de combater o narcotráfico da Venezuela. Até o momento, o país divulgou dois vídeos de ataques com bombas a barcos que, supostamente, transportavam drogas para o território americano.
Pressão contra o Brasil
Segundo o governo Trump, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, comanda uma organização do narcotráfico. Os Estados Unidos também pressionam o Brasil para classificar o PCC e o Comando Vermelho como grupos terroristas, o que, em tese, poderia justificar ações norte-americanas contra esses grupos e ampliar a interferência dos EUA no Brasil.
“Outras partes do planeta já testemunharam intervenções que causaram danos maiores do que se pretendia evitar, com graves consequências humanitárias. A via do diálogo não deve estar fechada na Venezuela. O Haiti tem direito a um futuro livre de violência. E é inadmissível que Cuba seja listada como país que patrocina o terrorismo”, frisou Lula.
O discurso do presidente brasileiro na Assembleia Geral das Nações Unidas teve uma série de críticas duras ao governo de Donald Trump, um dia após os Estados Unidos aumentarem as sanções contra autoridades brasileiras.
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