DISCURSO

"Atentados à soberania e sanções estão se tornando regras", diz Lula na ONU

Como é tradição desde 1955, o Brasil é o primeiro Estado-membro a discursar na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, discursa durante o Debate Geral da Assembleia Geral das Nações Unidas na sede da ONU em Nova York, em 23 de setembro de 2025       -  (crédito: TIMOTHY A. CLARY/AFP)
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, discursa durante o Debate Geral da Assembleia Geral das Nações Unidas na sede da ONU em Nova York, em 23 de setembro de 2025 - (crédito: TIMOTHY A. CLARY/AFP)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou, durante discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (23/9), que "atentados à soberania e sanções arbitrárias e intervenções unilaterais estão se tornando regras". Lula também afirmou que os ideais da ONU, como a busca pela paz e prosperidade no mundo, estão ameçaados. 

"O multilateralismo está diante de nova encruzilhada. A autoridade desta organização está em cheque. Assistimos a uma consolidação da desordem internacional", citou Lula. Como é tradição desde 1955, o Brasil é o primeiro Estado-membro a discursar na abertura. Apesar de não citar nomes, o discurso de Lula é visto como uma referência ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O republicano discursa logo em seguida.

Essa é a primeira vez que os dois chefes de Estados estão no mesmo ambiente em meio a uma tensão entre os Estados Unidos e o Brasil, e após mais uma rodada de sanções contra brasileiros, entre eles Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o advogado-geral da União, Jorge Messias — que teve o visto revogado. Desde agosto, o Brasil está sob um tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos.

No discurso na ONU, Lula também destacou que em todo o mundo, forças antidemocráticas "tentam subjugar as instituições e sufocar as liberdades". "Na América Latina e Caribe vivemos um momento de crescente polarização e instabilidade", destacou.

O presidente brasileiro ainda defendeu que a internet não pode ser terra sem lei. "Regular não é restringir a liberdade de expressão. É garantir que o que já é ilegal no mundo real seja tratado assim no ambiente virtual.Ataques à regulação servem para encobrir interesses escusos e dar guarida a crimes, como fraudes, tráfico de pessoas, pedofilia e investidas contra a democracia", disse.

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postado em 23/09/2025 11:07 / atualizado em 23/09/2025 14:07
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