
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta terça-feira (23/9), durante discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, que “o povo palestino corre o risco de desaparecer”, em nova crítica às ações de Israel contra a Faixa de Gaza.
O petista disse ainda que a situação em Gaza sepultou o “mito da superioridade ética do Ocidente”. Além disso, expressou admiração aos judeus que condenaram os ataques, e criticou a proibição pelo governo de Donald Trump que impediu o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, de participar presencialmente da Assembleia.
“Nenhuma situação é mais emblemática do uso desproporcional e ilegal da força do que a da Palestina. Os atentados terroristas perpetrados pelo Hamas são indefensáveis sob qualquer ângulo. Mas nada, absolutamente nada, justifica o genocídio em curso em Gaza”, declarou o líder brasileiro.
“Ali, sob toneladas de escombros, estão enterradas dezenas de milhares de mulheres e crianças inocentes. Ali também estão sepultados o Direito Internacional Humanitário e o mito da superioridade ética do Ocidente”, acrescentou.
O tema da Palestina é um dos principais da atual Assembleia das Nações Unidas. Ontem (22), durante conferência sobre o tema com a participação de Lula, o presidente da França, Emmanuel Macron, declarou que seu país passou a reconhecer oficialmente o Estado Palestino.
“Esse massacre não aconteceria sem a cumplicidade dos que poderiam evitá-lo. Em Gaza, a fome é usada como arma de guerra e o deslocamento forçado de populações é praticado impunemente. Expresso minha admiração aos judeus que, dentro e fora de Israel, se opõem a essa punição coletiva”, enfatizou ainda Lula.
Críticas a vetos e sanções dos EUA
Para o chefe do Executivo, e outros líderes nas Nações Unidas, a única forma de garantir a existência do povo palestino é a Solução de Dois Estados, aprovada pela ONU há mais de 70 anos, mas que nunca foi ratificada por Israel.
“O povo palestino corre o risco de desaparecer. Só sobreviverá com um Estado independente e integrado à comunidade internacional. Esta é a solução defendida por mais de 150 membros da ONU, reafirmada ontem, aqui neste mesmo plenário, mas obstruída por um único veto”, criticou Lula.
Os Estados Unidos vetaram resolução das Nações Unidas que reconheceu a Palestina como um estado-membro oficial da ONU. O petista também criticou o governo Trump por impedir a participação do presidente da Autoridade Palestina presencialmente. Ontem, ele teve que discursar de forma virtual na Conferência.
“É lamentável que o presidente Mahmoud Abbas tenha sido impedido pelo país anfitrião de ocupar a bancada da Palestina nesse momento histórico. O alastramento desse conflito para o Líbano, a Síria, o Irã e o Catar fomenta uma escalada armamentista sem precedentes”, concluiu Lula.
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