8 DE JANEIRO

Oposição aumenta pressão por anistia com julgamento de Bolsonaro no STF

Sessão no Senado com ex-assessor do TSE reacende críticas à condução dos processos do 8 de janeiro e fortalece mobilização da oposição no Congresso

Enquanto o Supremo Tribunal Federal julga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe, a oposição intensificou nesta terça-feira (2/9) a mobilização em defesa da anistia para os réus do 8 de janeiro de 2023.

No Senado, a Comissão de Segurança Pública ouviu o depoimento de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele afirmou que o ministro Alexandre de Moraes teria determinado buscas contra empresários apoiadores de Bolsonaro com base em uma reportagem jornalística, sem elementos formais que justificassem a operação.

Segundo Tagliaferro, a decisão judicial foi posteriormente fundamentada com data retroativa, o que ele classificou como irregularidade processual.

A audiência, conduzida pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), contou com a participação do deputado Luciano Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara. Zucco afirmou que as denúncias apresentadas são graves e defendeu que o Congresso investigue o caso, inclusive com a abertura de uma CPI.

Durante o depoimento, o canal de YouTube de Tagliaferro foi retirado do ar, o que gerou reação imediata entre parlamentares da oposição, que apontaram possível “ato de censura”. O ex-assessor também declarou que existiria um “gabinete paralelo” dentro da Justiça Eleitoral, atuando de forma política contra opositores, derrubando perfis em redes sociais e produzindo provas de maneira irregular.

As declarações de Tagliaferro se somam à estratégia da oposição de questionar a legitimidade dos processos relacionados ao 8 de janeiro. Zucco afirmou que, “se confirmadas, o Brasil estará diante da maior fraude democrática nos processos judiciais”, que, segundo ele, “não se sustentam”.

Paralelamente, a oposição articula na Câmara dos Deputados para que a anistia seja pautada ainda nesta semana. Líderes do grupo pretendem levar a proposta à reunião de líderes partidários, marcada para a tarde desta terça, defendendo que a medida seria um passo para a “pacificação do país”.

Enquanto isso, o julgamento de Bolsonaro continua no STF, com sessões previstas até a próxima semana.

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