Durante sessão da CPMI do INSS nesta segunda-feira (8/9), o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi foi questionado pelo senador Izalci Lucas (PSDB-DF) sobre a ocorrência de empréstimos consignados irregulares e possíveis falhas na fiscalização do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo Izalci Lucas, mais de 500 mil crianças e beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) tiveram empréstimos consignados feitos sem autorização, envolvendo bilhões de reais em operações financeiras.
Lupi afirmou não ter tido conhecimento do tamanho exato do problema durante a própria gestão, mas disse que todas as denúncias recebidas pela ouvidoria do Ministério foram encaminhadas para apuração. “Recebi algumas informações, e a ouvidoria do Ministério encaminhou para os órgãos competentes para coibir e punir as irregularidades”, declarou.
O senador também criticou o processo de seleção de instituições financeiras para a antecipação salarial de aposentados, apontando que apenas um banco privado, vinculado à JBS, foi selecionado para operação que inicialmente não deveria cobrar taxas. A medida, segundo Izalci, beneficiou mais de 492 mil cadastros e foi posteriormente suspensa após denúncias de cobrança de juros e taxas irregulares.
Além disso, o debate trouxe à tona questionamentos sobre entidades como Contag e Cindinap, cujas gestões supostamente violaram normas legais ao incluir nomes de dirigentes e parentes na lista de beneficiários de parcerias com o INSS. Lupi respondeu que essas situações ocorreram antes da sua gestão ou por processos automáticos de renovação, mas admitiu não ter acompanhado detalhadamente cada caso.
O senador Izalci Lucas ressaltou ainda que, mesmo após alertas formais, a atuação do ex-ministro permitiu que fraudes atingissem 97,7% dos débitos consultados, afetando 6,3 milhões de aposentados. O ex-ministro defendeu-se afirmando que muitas denúncias eram genéricas e que apenas após intervenção da Polícia Federal (PF) foram iniciadas medidas corretivas.
