Eleições 2026

Pesquisa aponta vantagem de Tarcísio sobre Lula em São Paulo

Alinhado à direita bolsonarista, Tarcísio nega candidatura; Lula vincula reeleição a condições de saúde

Tarcísio tem dado sinais de que se coloca como herdeiro político de Jair Bolsonaro (PL) -  (crédito: Pablo Jacob/Governo do Estado de SP)
Tarcísio tem dado sinais de que se coloca como herdeiro político de Jair Bolsonaro (PL) - (crédito: Pablo Jacob/Governo do Estado de SP)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem intensificado movimentos políticos que, mesmo sem confirmar uma candidatura, o colocam no centro das especulações sobre a disputa presidencial de 2026. Ao mesmo tempo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já admite buscar a reeleição, desde que mantenha boas condições físicas e mentais.

De acordo com pesquisa AtlasIntel divulgada nesta segunda-feira (8/9), Tarcísio aparece com 53% de aprovação em São Paulo, contra 42% de Lula. O levantamento ouviu 2.059 pessoas entre 29 de agosto e 3 de setembro e tem margem de erro de dois pontos percentuais. A desaprovação ao governador é de 43%, enquanto o petista enfrenta rejeição de 56% no maior colégio eleitoral do país.

Embora evite falar abertamente sobre uma candidatura, Tarcísio tem dado sinais de que se coloca como herdeiro político de Jair Bolsonaro (PL), declarado inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No 7 de Setembro, esteve na Avenida Paulista em ato que pediu anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023 e defendeu que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), paute o projeto em plenário.

“Presidente de Casa nenhuma pode conter a maioria da vontade do Plenário, de mais de 350 parlamentares. Então, Hugo: paute a anistia. Deixe a Casa decidir — e tenho certeza que ele vai fazer isso”, disse, em coro com apoiadores que gritavam “anistia já”.

Em entrevista ao Diário do Grande ABC, no fim de agosto, o governador também declarou que, caso chegue à Presidência, seu primeiro ato seria conceder indulto a Bolsonaro. “Na hora. Primeiro ato. Porque eu acho que tudo isso que está acontecendo é absolutamente desarrazoado”, afirmou.

As críticas diretas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reforçaram a aproximação de Tarcísio com a ala mais radical do bolsonarismo. Ele disse não “aguentar” mais a “tirania” de Moraes — declaração elogiada por lideranças conservadoras, como o pastor Silas Malafaia, principal articulador do ato do dia 7.

A movimentação provocou reação da base governista. A presidente nacional do PT e ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, acusou Tarcísio de defender a impunidade. “Precisa entender que ‘tirania’ é o que eles queriam impor ao país, não as decisões do STF no devido processo legal. E o que ‘ninguém aguenta mais’ são as ameaças da família Bolsonaro contra o país”, escreveu nas redes sociais.

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

Já o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que as falas do governador configuram “ataque frontal ao STF, que pode configurar coação no curso do processo”.

Enquanto Tarcísio nega a candidatura, Lula mantém em aberto sua sucessão. Em entrevista à rádio Itatiaia, no fim de agosto, disse que disputará a reeleição apenas se estiver em plena forma. “Tenho que estar 100% com saúde, com a cabeça boa, fisicamente bem. Se eu tiver como estou agora, não terei dúvida de que serei candidato”, declarou.

O presidente evitou citar possíveis substitutos em caso de desistência, mas admitiu que a eleição tende a ser acirrada. “O que não vai faltar são nomes. Agora, precisamos ter certeza de que será uma eleição difícil e que não podemos perder. Se eu for candidato, pode ter certeza que é para ganhar”, ressaltou.

 

  • Google Discover Icon
postado em 08/09/2025 16:19
x