O deputado federal Zucco (PL-RS) afirmou nesta terça-feira (9/9) que a Câmara já reúne maioria para levar ao plenário a proposta de anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro. A declaração foi dada na chegada ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde ele acompanhou a retomada do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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Segundo o deputado, a articulação em torno do tema não se limita à oposição e envolve partidos de diferentes espectros políticos. “Nós já temos hoje a maioria. O cálculo é de mais de 300 votos. Ninguém está pedindo aqui para aprovar a anistia, mas se há apoio suficiente, por que não pautar?”, afirmou.
Zucco disse, ainda, que a pauta não é exclusiva do PL ou de Bolsonaro. “Perguntem para os líderes do Progressistas, do Republicanos, do União Brasil. A pauta tem que ser trazida ao plenário”, defendeu. O parlamentar também rebateu pesquisas de opinião que apontam rejeição à proposta. “O povo elegeu seus representantes. Cabe a nós decidir se há ambiente político. As pesquisas divergem de instituto para instituto, mas o que vale é o voto dado nas urnas”, declarou.
A chamada “minuta da anistia” circula nos bastidores do Congresso e prevê o perdão a Bolsonaro e a todos os investigados ou condenados pelos atos de 8 de Janeiro. O texto preliminar, ao qual o Correio teve acesso, estabelece 14 de março de 2019 como marco inicial do perdão — data em que o STF instaurou o inquérito das fake news. Na prática, a medida poderia abrir caminho para reverter a inelegibilidade do ex-presidente.
Nos últimos dias, políticos aliados de Bolsonaro intensificaram a mobilização para levar o tema à votação. A articulação tem sido encabeçada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que esteve em Brasília e deve retornar após o julgamento no STF para novas conversas.
Apesar da movimentação, a proposta enfrenta resistência em parte do Legislativo. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), já se manifestou contrário à anistia ampla e sinalizou que pretende apresentar uma versão alternativa. A ideia seria reduzir penas, mas sem conceder perdão aos envolvidos nos ataques de 8 de Janeiro.
A expectativa é que o debate sobre a anistia se intensifique após a conclusão do julgamento de Bolsonaro no Supremo. O resultado deve influenciar diretamente o ritmo das articulações no Congresso e o desenho final do projeto.
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